Hospital de Campanha oferece atendimento psicológico 24 horas a famílias de pacientes
A assistência psicológica via telefone ou por videoconferência foi autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia em razão das restrições de aglomeração de pessoas para evitar a disseminação da Covid-19
Com objetivo de minimizar o sofrimento das famílias que têm algum ente querido internado no Hospital de Campanha para Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp), em Goiânia, o Governo de Goiás garante apoio e assistência permanente por meio do Departamento de Serviço Social e Psicologia. A unidade de saúde foi aberta em 26 de março exclusivamente para tratamento de pessoas com suspeita ou confirmação da Covid-19 e recebeu o primeiro paciente, por volta das 22 horas do mesmo dia, oriundo da cidade de Luziânia – entorno do Distrito Federal. Ele recebeu alta médica na última quarta-feira, 1º de abril, e cumpre isolamento domiciliar.
A assistente social Janine Veiga explica que as visitas aos internos são proibidas, uma vez que é alto o risco de contágio do novo coronavírus. “Nesse primeiro momento, está desenhado para não acontecerem visitas, nem ter acompanhantes [nos quartos] pelos motivos que já sabemos. Exceções serão tratadas pontualmente, se tiver alguma demanda para criança ou paciente psiquiátrico, por exemplo”, explica a assistente social. “Fazemos contato com as famílias diariamente. Ligamos para que os familiares não fiquem sem contato, apesar de não estarem perto. Esse vínculo é muito importante”.
Esse é o procedimento estabelecido assim que o paciente é admitido no hospital. Já na emergência ou no pronto-socorro, são coletados todos os dados das pessoas pelos assistentes sociais, como telefone e endereço, para que os familiares sejam localizados. A supervisora assistencial do Hcamp, Marta Kelly Nogueira, ressalta que os profissionais do Serviço Social e da Psicologia fazem o contato com as famílias até duas vezes por dia.
A primeira ligação é no período da manhã, para informar o boletim médico, e a segunda é realizada no período da tarde, para mais detalhes. “Estamos com inovação tecnológica em vários sentidos, temos pensado em possibilidades para mediar essa interação família-paciente e ofertar o melhor atendimento”, destaca Marta Kelly.
Durante live realizada nesta semana, o governador Ronaldo Caiado comentou a volta para casa do primeiro paciente. Caiado definiu como gratidão o sentimento de ver o tratamento humanizado e, principalmente, acompanhar a recuperação de um assistido. “Não tem nada melhor para nós da área da saúde do que salvar vidas. Essa que é a nossa vibração: poder assistir a momentos tão emocionantes. E o paciente fica extremamente grato”, pontua Caiado.
Inicialmente o hospital disponibilizou mais de 200 leitos, sendo 70 de unidades críticas e 140 de unidades semicríticas. Também poderão ser abertos mais 12 leitos, totalizando a capacidade máxima arquitetônica da unidade de saúde. Os pacientes que chegam ao Hcamp são encaminhados pelo Complexo Regulador Estadual (CRE), que analisa cada caso para que sejam transferidos único e exclusivamente pacientes suspeitos ou já confirmados com a Covid-19.
“O Serviço Social e a Psicologia estão desempenhando um trabalho muito bem feito. Estamos criando uma forma de humanizar ao máximo possível o atendimento”, frisou o diretor-geral do Hcamp, o médico infectologista Guillermo Sócrates. O atendimento psicológico via telefone ou por videoconferência foi autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia em razão das restrições de aglomeração de pessoas durante a pandemia. As ligações por videoconferência ainda estão em fase de implantação no Hcamp.
“Hospital de primeiro mundo”
Paulo Alves de Souza, de 72 anos, foi o primeiro paciente recebido no Hcamp. Transportado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Luziânia, o homem era marido da primeira vítima fatal da Covid-19 em Goiás. Paulo recebeu todos os cuidados multiprofissionais, assistência psicológica e atendimento com a equipe de fisioterapia, o que possibilitou otimizar a capacidade motora do paciente por meio de exercícios motores e realização de caminhada próximo ao leito de internação.
Em depoimento após alta médica hospitalar, recebida na última quarta-feira (1º/04), Paulo definiu o Hospital de Campanha como uma unidade “de primeiro mundo” e elogiou a equipe da saúde. “Não tem um hospital com esse atendimento. Cheguei aqui acabado e olha como estou, que maravilha! Eles têm profissionais de primeira categoria, todos são nota mil”, contou o paciente. Ainda em vídeo gravado pelos colaboradores do Hcamp, o idoso fez questão de deixar um recado para a população. “Cuidem-se! Estou maravilhado que estou indo embora, rindo à toa. Eles me deram tudo o que precisei aqui”, concluiu.
Durante todo o período da internação, a família do paciente também recebeu assistência social e psicológica, com informações diárias do estado de saúde de Paulo. No dia 28 de março, o paciente saiu da unidade crítica e foi para um leito da unidade semicrítica do hospital. Quando teve alta hospitalar, Paulo Alves estava consciente, conversando, se alimentando normalmente e respirando de forma espontânea.
Foto: Núcleo de Comunicação/HCamp
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás