Tecnologia auxilia na batalha contra o Aedes

Secretaria de Saúde de Goiás desenvolve e utiliza ferramentas que ajudam na tomada de decisões para combater o mosquito

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) se arma de tecnologia para combater a proliferação do Aedes aegypti, agente transmissor da dengue, Zika e chikungunya. As ferramentas incluem sistemas com informações em tempo real e para monitoramento dos focos do mosquito. O uso dessas ferramentas facilita a tomada de decisão dos gestores estaduais e municipais.

Para Marcello Rosa, coordenador de Vigilância e Controle Ambiental de Vetores da SES-GO, o uso de tecnologias no controle do Aedes representa um salto de pelo menos um século e meio na história da saúde pública em Goiás. As informações sobre a dengue, acessíveis a todos, estão disponíveis no Boletim Epidemiológico, divulgado semanalmente às quintas-feiras no Portal da Secretaria.

Murilo do Carmo, coordenador de Vigilância de dengue, Zika e chikungunya, diz que o informativo possibilita ao gestor e à comunidade acompanharem a tendência e a evolução da doença nos municípios. “Ao informar se a região está com alta incidência de dengue, o boletim permite às autoridades locais adotarem medidas de controle ambiental dos criadouros do mosquito”, afirma. O informativo também traz dados sobre óbitos e os tipos de vírus detectados.

Para facilitar a navegação pelos dados, o boletim possui abas, dividindo as informações por categorias. Uma das abas dá acesso a outro informativo on-line sobre Zika e chikungunya. Um terceiro link leva à página do Sistema Integrado de Monitoramento do Aedes Zero (Simaz), que permite a localização de focos do mosquito em tempo real.

Visão macro dos municípios

O Simaz possibilita uma visão macro dos municípios, fornecendo informações como, por exemplo, regiões com maior nível de infestação, inclusive por quadra. Por meio do Simaz são acompanhados os números de imóveis visitados, trabalhados, com foco, com visitas recusadas, com visitas recuperadas e também as porcentagens de imóveis trabalhados, fechados, com foco e visitas recusadas.

Desenvolvido por técnicos da SES-GO, o Simaz contou ainda com orientação técnica da coordenação de Vigilância e Controle Ambiental de Vetores e apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Em 2018, o sistema foi premiado no HDI Expogov Brasília como a melhor iniciativa governamental em TI do Brasil, sendo descrito como sistema de combate à dengue por georreferenciamento.

O sistema é baseado em software de código aberto, ou seja, sem custos de aquisição. Isso significa economia, já que outros sistemas com a mesma finalidade tem um elevado custo de aquisição e manutenção. Outro ponto positivo é a possibilidade de desenvolvimento e ampliação de funcionalidades, relatórios personalizados, auditoria e acesso direto à base de dados, controle de acesso e segurança da informação.

Marcello Rosa explica que o Simaz serve de inspiração para outras novidades tecnológicas em saúde pública, sobretudo no controle vetorial. Ainda na SES-GO estão sendo construídas outras duas ferramentas voltadas para o controle de flebotomíneos (vetores das Leishmanioses) e de triatomíneos (barbeiros), transmissores da doença de Chagas. Esses sistemas têm em suas essências o georreferenciamento on-line, para interação entre técnicos, e os dados para tomada de decisões estratégicas em saúde.

Inteligência Artificial

Outra ferramenta que nasceu nesse universo de inovações da SES-GO foi o Arbo, um aplicativo que usa conceitos de Inteligência Artificial. A ferramenta analisa os dados de cada município goiano e compara o número de casos notificados em determinada semana com os registros históricos dos anos anteriores. Quando existe uma situação diferente da normalmente esperada, a ferramenta emite um alerta pelo Telegram para as equipes da SES-GO e do Corpo de Bombeiros responsáveis pelas ações de combate ao Aedes.

Semanalmente, o Arbo envia notificações sobre os municípios que podem ter incidência classificada como “Alto Risco” nas próximas semanas. Também comunica os resultados dos exames de isolamento viral (tipos 1, 2, 3 ou 4) por município, realizados pelo Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO).

Os técnicos dos municípios, do nível central e das Regionais de Saúde da SES-GO recebem as mensagens e também podem buscar outros dados sobre uma cidade em específico a qualquer momento. Ao ser acionado, o Arbo emite, em segundos, um gráfico comparando os casos notificados no ano atual, em relação ao histórico desde 2010 e, ainda, informa três indicadores: incidência (baixo, médio ou alto risco), casos notificados nas últimas quatro semanas e infestação predial do mês anterior.

Maria Vitória e Patrícia Almeida/Comunicação Setorial

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