HDT orienta como proceder em caso de acidentes com animais peçonhentos

Unidade do Governo de Goiás registou aumento de 13,48% de atendimentos em relação a 2023, quando ocorreram 11.888 registros de acidentes com animais peçonhentos em todo o Estado

Serpentes respondem por 941 ocorrências de acidentes com animais peçonhentos este ano

Goiás registrou este ano 7.352 acidentes envolvendo animais peçonhentos, como serpentes, escorpiões e outros insetos, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Dentre esses incidentes, os acidentes com serpentes somam 941 ocorrências, enquanto as notificações relacionadas a escorpiões chegam a 4.591.

No mesmo período em 2023 (janeiro a setembro), foram contabilizados 7.542 casos. Ao longo de todo o ano de 2023, a SES registrou 11.888 ocorrências de acidentes com animais peçonhentos em todo o Estado, dos quais 7.480 envolvendo escorpiões e 1.474 com serpentes.

No Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade do Governo de Goiás gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), foram atendidos 979 casos no mesmo período. Até hoje, o número total de casos em 2024 alcançou 1.111, aproximadamente 13,48% em relação a 2023, quando forma contabilizados 979 casos. Ao longo de todo o ano de 2023, foram 1.382 casos.

A médica infectologista do HDT, Lissa Rodrigues, destaca que cerca de 70% dos acidentes com cobras ocorrem durante o período de chuvas. “Com o aumento da umidade, tanto as cobras quanto as pessoas estão mais ativas. As serpentes saem mais em busca de alimento e habitat, enquanto as pessoas também se deslocam mais, especialmente em áreas rurais, aumentando o risco de encontros”, explica a Rodrigues.

A infectologista observa que, na Região Metropolitana de Goiânia, a maioria das picadas de cobra é causada por serpentes do gênero bothrops, conhecidas popularmente como jararacas. Outras espécies comuns incluem a jararacuçu e a cascavel. “A cascavel é menos frequente, mas muito mais perigosa. Raramente observamos acidentes com a coral, que também é venenosa”, acrescenta.

Além das cobras, aranhas e escorpiões também são animais peçonhentos que podem causar acidentes durante o ano inteiro. A presença desses animais não está diretamente ligada às chuvas, mas prevenção e cuidados são igualmente essenciais.

Orientações
Se você for picado por uma cobra ou outro animal peçonhento, lave imediatamente a área afetada com água e sabão. “É crucial evitar amarrar ou fazer torniquete. Procure atendimento médico o mais rápido possível. As unidades básicas de saúde devem ser procuradas, e no HDT, somos referência no tratamento de tais acidentes. Em áreas rurais, os hospitais locais podem solicitar o antiveneno, se disponível, e caso contrário, o paciente deve ser encaminhado para o centro especializado”, orienta Rodrigues.

O soro antiofídico pode ser administrado até sete dias após a picada. No entanto, quanto mais rápido o tratamento, menores as chances de complicações. A demora pode levar a problemas graves, como insuficiência renal, no caso de picadas de cascavel, e sangramento severo, com a jararaca. “Acidentes com jararaca podem causar edema severo no local da picada, podendo necessitar de cirurgia. A cascavel, se não tratada rapidamente, pode levar à insuficiência renal, e a falta de tratamento pode ser fatal. A rapidez no atendimento é crucial para evitar complicações graves”, alerta a especialista.

Crianças e idosos são mais suscetíveis a reações graves a picadas de escorpiões. O veneno do escorpião pode causar arritmias cardíacas e edema agudo de pulmão, resultando em parada cardíaca ou insuficiência respiratória. O tratamento deve ser imediato.

Prevenção
Para prevenir acidentes com cobras, recomenda-se usar botas de cano alto ou perneiras de couro ao caminhar por áreas potencialmente perigosas, como entulhos ou vegetação densa. Também é importante evitar mexer em locais onde não se consegue ver claramente. Para prevenir picadas de escorpiões, mantenha os ambientes limpos, livres de entulho e lixo, e procure o Corpo de Bombeiros ou a Vigilância Sanitária para orientações sobre controle.

Cejane Pupulin (texto e foto)/ISG

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