​Agrodefesa realiza primeira reunião técnica da Comissão Estadual de Rastreabilidade Bovídea

Iniciativa marca o início da construção coletiva de um sistema que vai valorizar a pecuária goiana, reforçar transparência dos protocolos sanitários e ampliar o acesso a mercados

Foto: Divulgação / Agrodefesa

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) promoveu na última quinta-feira (28/08), em Goiânia, a primeira reunião técnica da Comissão Estadual de Rastreabilidade Bovídea. O encontro reuniu representantes do setor produtivo, entidades de classe, órgãos públicos e instituições parceiras para discutir os caminhos da rastreabilidade na pecuária goiana, alinhada às exigências sanitárias e comerciais nacionais e internacionais. Ao reforçar a transparência dos protocolos sanitário – garantindo a sanidade, que é o principal interesse da Agência – a rastreabilidade proporciona maior segurança, agrega valor à produção e abre portas para novos mercados.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, destacou o papel do Estado nesse processo. “A rastreabilidade é um avanço histórico para a pecuária goiana e só será possível com o envolvimento de todos os atores da cadeia produtiva. Goiás já é referência em sanidade animal e agora dá um passo decisivo para ampliar mercados, valorizar o trabalho do produtor e garantir transparência ao consumidor.”

Na ocasião, os participantes acompanharam uma apresentação detalhada sobre o que é rastreabilidade, sua necessidade e a realidade atual da pecuária goiana. Também foram expostos exemplos nacionais e internacionais, como Uruguai, México, Austrália, além de estados brasileiros como Santa Catarina e Pará, que já avançaram na implantação de sistemas semelhantes.

“Quem faz parte do grupo técnico da Defesa ganha muito nesse processo, porque ouvindo todas essas discussões teremos mais amadurecimento para colocar no papel e transformar em uma política viável. Esse encontro foi desafiador, mas muito positivo. As ideias apresentadas em cada rodada foram complementares e agora vamos consolidar tudo em um documento, que será compartilhado com os participantes, servindo de base para os próximos passos”, afirma o diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira.

Foi ressaltado ainda que a rastreabilidade não é uma iniciativa isolada do Estado, mas uma exigência do Plano Nacional de Identificação de Bovinos e Búfalos (PNIB), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o que garante padronização e integração em todo o território brasileiro.

Engajamento das partes interessadas
Um dos pontos centrais do encontro foi o engajamento das partes envolvidas. Produtores, técnicos, representantes da indústria e do governo participaram de discussões em rodadas dinâmicas, nas quais foram coletadas contribuições e sugestões que subsidiarão a construção coletiva do programa.

Estiveram presentes representantes de instituições como Fundo Emergencial para Sanidade Animal em Goiás (Fundepec), Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seapa), Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Ministério Público de Goiás (MPGO), Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Associação Brasileira das Empresas de Certificação por Auditoria e Rastreabilidade (Abcar), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), além das equipes técnicas da própria Agrodefesa.

Desafios e cronograma
Goiás possui um rebanho bovino superior a 22 milhões de cabeças, distribuído em diferentes perfis de propriedades. Mais de 65% das fazendas têm até 99 cabeças de gado, enquanto apenas 6,6% concentram quase metade do rebanho estadual — um cenário que reforça os desafios de adesão e engajamento.

O programa de rastreabilidade em Goiás teve início em 2025, com a criação de um Grupo de Trabalho dentro da Agrodefesa, e será implantado em quatro etapas até 2032, contemplando desde ajustes nos procedimentos de trânsito animal até a cobertura integral do rebanho goiano.

Próximos passos
A partir do encontro, será elaborado um relatório consolidando todas as contribuições coletadas nas rodadas de discussão. Esse documento servirá como guia para as próximas etapas do grupo técnico da Agrodefesa, responsável por aprofundar o debate e construir a política pública de rastreabilidade bovídea no Estado. “A expectativa é de que novos encontros sejam realizados, já com propostas mais palpáveis e direcionadas, aproximando o setor produtivo da realidade da implementação”, acrescentou o Rafael Vieira.

Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás

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