Comitê Executivo de Defesa Sanitária Vegetal busca revisar a regulamentação sobre o transporte de algodão em Goiás

Foco é propor melhorias na forma de acondicionamento de cargas, evitando assim perdas pelo trajeto e fortalecendo o controle do bicudo-do-algodoeiro no Estado

Representantes das entidades que integram o Comitê Executivo de Defesa Sanitária Vegetal do Estado de Goiás (CEDSV/GO) – Crédito: Agrodefesa

Representantes da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e de entidades que integram o Comitê Executivo de Defesa Sanitária Vegetal do Estado de Goiás (CEDSV/GO) se reuniram no dia 1º de agosto para discutir a atualização das normas do Programa de Prevenção e Controle do Bicudo-do-Algodoeiro. A proposta visa melhorar o acondicionamento das cargas, evitando perdas durante o trajeto e impedindo o surgimento de plantas voluntárias — que favorecem a proliferação do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), principal praga da cotonicultura.

A pauta foi apresentada a partir de uma solicitação da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), que propôs a revisão da regulamentação sobre o transporte do algodão em Goiás. De acordo com o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, a iniciativa reforça o compromisso da Agência em manter o diálogo aberto com o setor produtivo. “A Agrodefesa está sempre disposta a escutar as demandas do setor e a buscar soluções técnicas que evitem a disseminação de pragas, garantindo a sanidade das lavouras e a competitividade da agricultura goiana”, afirma.

Segundo o gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Leonardo Macedo, o debate sobre o tema já vem sendo tratado há meses no Comitê. “Esta foi a terceira reunião com representantes da cadeia produtiva do algodão para revisar a Instrução Normativa do Programa Estadual. A proposta de revisão foi construída coletivamente, aprovada e agora segue para análise jurídica antes da publicação de nova portaria”, explica.

Ele complementa que o objetivo é antever o transporte de forma irregular e evitar que restos de algodão fiquem pelo caminho durante o transporte, o que pode gerar focos de plantas voluntárias e contribuir para a reintrodução do bicudo nas lavouras. “Essas plantas são portas de entrada para a praga e dificultam o manejo, principalmente em regiões de alta produção”, reforça.

A terceira reunião do Comitê, que ocorreu dia 1º de agosto, teve a participação de representantes da Agrodefesa, incluindo o gerente de Sanidade Vegetal, Leonardo Macedo; o coordenador do Programa de Grandes Culturas, Mário Sérgio Oliveira; o coordenador do Programa Estadual do Algodão, Maxwell Carvalho; o coordenador do Programa de Agrotóxicos, Rodrigo Baiocchi; e o coordenador do Programa de Sementes, Márcio Antônio. Como também, Patrícia Honorato e André Lousa, representando a Seapa; Raul Maciel, representante da Agopa; Lawrence Espinosa, do Crea-GO; José Alexandre e Eliane Quintela, da Embrapa; Marina Gonçalves, do Mapa; Jean Louis e Alípio, da Emater; Antônio Jussiê, do IGA e Leonardo Machado, da Faeg.

Crédito: Wenderson Araujo/CNA

Controle do bicudo e vazio sanitário
O bicudo-do-algodoeiro é reconhecido como a principal praga da cotonicultura, com alto potencial destrutivo. Quando não controlado de forma eficaz, pode comprometer até 70% da produção em uma única safra. Com o objetivo de evitar a praga, a Agrodefesa estabeleceu a Instrução Normativa nº 04/2019, que instituiu o vazio sanitário do algodão no estado.

O vazio é o período determinado de ausência total de plantas de algodão e de quaisquer outras com risco fitossanitário, como plantas voluntárias (tigueras) ou rebrotadas (soqueiras), que apresentam estruturas reprodutivas. Também estão previstas ações de eliminação de restos culturais em áreas produtoras ou instalações relacionadas ao cultivo, beneficiamento, armazenamento, transporte ou comercialização do algodão.

Fortalecimento da defesa vegetal
O Comitê Executivo de Defesa Sanitária Vegetal de Goiás foi instituído pela Portaria nº 56/2024 da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Composto por 31 membros de 16 instituições públicas e privadas, nomeados através da Portaria nº 224/2025, sendo retificada pela Portaria nº 75/2025, o CEDSV-GO tem como objetivo atuar na gestão e governança dos programas estaduais de prevenção e controle de pragas, identificar problemas e propor alternativas de solução como publicação de normas e regulamentos e procedimentos relativos à defesa sanitária vegetal, promovendo e fortalecendo o desenvolvimento do Estado de Goiás.

Além da Seapa, Agrodefesa e Agopa, integram o Comitê: Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Superintendência Federal de Agricultura de Goiás (SFA/GO/Mapa), Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), Embrapa Arroz e Feijão, Federação da Agricultura e Pecuária do (Faeg), Instituto Goiano de Agricultura (IGA), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Associação Goiana dos Produtores de Sementes e Mudas (Agrosem), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB-GO), Associação de Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja/GO).

Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás

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