Uso de aviões da FAB aumentará número de transplantes
Para gerente da Central de Transplantes da SES-GO, este tipo de ação permitirá maior atendimento a pacientes que esperam pela captação de órgãos em todo país
O presidente interino Michel Temer assinou decreto nesta segunda-feira (6 de junho) determinando à Aeronáutica a manutenção permanente de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) à disposição para o transporte de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para transplante. Segundo o gerente da Central de Transplantes do Estado de Goiás, Luciano Leão, a iniciativa é fundamental para a descentralização de ações destes tipos de cirurgia, difundindo-os por todo o Brasil, tornando a “cultura popular” em transplantes uma nova realidade.
Para Luciano Leão, a doação efetiva e o transplante de órgãos e tecidos precisam contar com muitas fatores para acontecer com sucesso. “Pensem apenas numa situação: um órgão doado no sul do Brasil somente tem um receptor compatível no norte. Aí começam as maiores dificuldades logísticas, como conciliar horário de vôos entre o local da doação e o do implante, respeitando-se o tempo de viabilidade do órgão, que é variável, conciliando-se esse tempo com os vôos. Não é fácil”, explica Luciano.
O gerente também afirma que, como somente 3% das cidades brasileiras são atendidas por vôos de carreira de empresas aéreas particulares, a realização dos transplantes é prejudicada. “E as demais cidades, como é que ficam? Não terão direito a proporcionar a um cidadão ou uma cidadã o direito à doação, conforme a legislação?”, diz.
Avaliando todos esses aspectos, de acordo com o gerente, é bem positiva a notícia, mas novos acréscimos deverão ser feitos. “Um grande desejo meu consiste em incluir a aviação de pequeno porte nessa logística. Da mesma forma, tanto poderão transportar órgãos, quanto pacientes e equipes para captação, onde for necessário”, diz Leão.
Hospital Santa Genoveva – Luciano Leão fez questão de pontuar a importância da inauguração da nova ala de UTI do Hospital Santa Genoveva em Goiânia. Ele ressaltou ainda as medidas que vem sendo tomadas no sentido de resgatar a qualidade da tradicional instituição hospitalar. “O Hospital Santa Genoveva sempre foi parceiro da área de transplantes em nosso Estado e com os novos leitos de UTI, boa parte dos quais dedicados à parceria com o Sistema Único de Saúde e, por consequência, com os transplantes, muito poderemos fazer pelas pessoas que aguardam tais procedimentos”, pontuou o gerente.