Titular da Saúde de Goiás faz balanço da gestão ao controle social

Secretário Ismael Alexandrino apresentou as dificuldades encontradas na SES-GO ao assumir a pasta e as soluções propostas que estão transformando o atendimento nas unidades de saúde do Estado

Repasses ordinários para as Organizações Sociais (OS) que fazem a gestão das unidades de saúde da rede estadual, adimplência dos repasses aos municípios e inauguração de leitos foram alguns dos pontos citados pelo titular da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, durante a apresentação dos seis meses de gestão, na nona reunião ordinária de 2019 do Conselho Estadual de Saúde de Goiás. A atividade foi realizada nesta semana, em Goiânia. Na oportunidade, a subsecretária de Saúde, Luciana Vieira, e os superintendentes da pasta também estiveram presentes, aproximando a alta gestão da pasta e o controle social.

O balanço foi um momento para que os gestores pudessem apresentar o cenário encontrado quando assumiram a Secretaria. Alexandrino citou que os repasses de contrapartidas obrigatórias aos municípios estavam atrasados há pelo menos 13 meses, o que prejudicou o funcionamento de unidades de saúde dos 246 municípios goianos, atingindo diretamente a população que busca nos municípios o primeiro atendimento médico. “A falta desses repasses prejudica o cidadão, que busca o atendimento perto de sua casa e muitas vezes não encontra, pois as prefeituras não conseguem arcar sozinhas com os serviços de saúde. Esse é um direito dos municípios e regularizamos os repasses ordinários”, disse Alexandrino.

Em relação aos repasses para as OS que fazem a gestão dos hospitais estaduais, o secretário esclareceu que a dívida ultrapassava 215 milhões de reais e que os pagamentos não eram realizados de maneira uniforme. “A OS é uma ferramenta de gestão e a falta de seriedade nesses repasses influência na qualidade do atendimento aos usuários”, afirmou. O atraso acarretou em dívidas com os fornecedores de medicamentos, suprimentos, superlotação e a possibilidade de fechamento de uma das unidades, o Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento.

Ismael Alexandrino lembrou que receber a SES-GO com esse cenário o estimulou ao trabalho árduo e diário para a construção de soluções para impactar positivamente aos trabalhadores de saúde, fornecedores e, principalmente, os usuários, que merecem respeito e qualidade de atendimento. “Trabalhamos para propiciar uma gestão baseada nos princípios do Sistema Único de Saúde, com equidade, integralidade e universalidade”, destacou.

Promovendo soluções

O secretário lembrou que conhecer as regiões do Estado e as ferramentas de saúde disponíveis em cada macrorregião foi uma das principais prioridades de sua gestão. Assim, foi possível diagnosticar a situação de saúde em Goiás e propor soluções principalmente para colocar em prática uma das bases do tripé da gestão. “Nossa gestão é sustentada na regionalização da saúde, regulação do acesso à assistência e eficiência financeira e operacional das unidades. Conhecer as unidades públicas, privadas e filantrópicas foi fundamental para que pudéssemos propor soluções de saúde para todos”, afirmou.

Além da regularização dos repasses aos municípios e OSs, Alexandrino pontuou as mais de 150 reuniões com os secretários municipais de Saúde, 60 reuniões com promotores do Ministério Público e cerca de 56 audiências com parlamentares estaduais e federais. Os encontros foram importantes para esclarecer a situação encontrada e costurar apoio para colocar em prática as soluções. “Conseguimos mais de 250 milhões de verbas federais destinadas para a SES e aos municípios, graças a emendas de bancadas e do Ministério da Saúde. Esse dinheiro será usado para compra de equipamentos, reformas, entre tantas outras finalidades”, esclareceu.

A renovação dos contratos com as OSs, estipulando novas metas de produção e diminuindo o valor global dos contratos, também foi outro avanço comemorado pelo titular da Saúde de Goiás. “Vamos conseguir economizar pelo menos 36 milhões de reais com a renovação de três contratos. Esse dinheiro servirá para o custeio das policlínicas, promovendo a regionalização da saúde com pelo menos 12 especialidades médicas e equipe multiprofissional, além da realização de exames, ressonância magnéticas, raio X, entre outros”, adiantou.

Ainda buscando a regionalização, os convênios com as Santas Casas de Anápolis e Catalão e com o Hospital Padre Tiago, em Jataí, também foram lembrados por Alexandrino. “A regionalização da saúde não significa somente estadualização. Realizar convênios, incluindo atendimento de urgência e emergência, cirurgias eletivas e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), fortalece o atendimento e propicia qualidade de saúde à população do interior que não precisa percorrer grandes distâncias para ser atendido na capital”, esclareceu. Em Jataí, o contrato estabelece a realização de sessões de quimioterapia e cirurgias oncológicas, um avanço no tratamento ao câncer para a população da região Sudoeste do Estado.

Além desses avanços, também foram pontuados a estruturação do Serviço Aeromédico, realizado em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás; a inauguração de 45 leitos de enfermaria pediátrica e 10 leitos de UTI pediátrica no Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste Governador Otávio Lages (Hugol), desafogando o atendimento pediátrico do HMI; o aumento da produção hospitalar em todas as unidades; o aumento no número de doações de sangue e órgãos; e a capacitação de profissionais do SUS na Escola de Saúde de Goiás.

Ao final, o secretário lembrou que o perfil assistencial dos hospitais estaduais está sendo desenhado para que a rede de alta complexidade tenha impacto positivo não só para o município em que está instalado, mas para toda a população do Estado. “Cada hospital tem sua vocação. É claro que o HGG é referência em transplante de órgãos, mas precisamos deixar notório a vocação de todas as unidades para que as pessoas valorizem as unidades de saúde de Goiás”, finalizou.

Felipe Cordeiro (texto) e Erus Jhenner (fotos), da Comunicação Setorial

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