A morte por suicídio é uma questão que tem avançado a cada ano, exigindo atenção especial das autoridades e especialistas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que o suicídio corresponde a 1,4% das mortes em todo o mundo, representando a 15ª causa de morte na população geral e a 2ª principal causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos. É um fenômeno comum em todo o mundo, com impacto significativo na saúde e na qualidade de vida de familiares e demais envolvidos nesse processo.

No mundo, o suicídio acomete mais de 800 mil pessoas por ano, segundo a OMS. No Brasil, o suicídio aumentou gradativamente entre 2000 e 2016: foi de 6.780 para 11.736 anuais, uma alta de 73% nesse período. As maiores taxas de crescimento foram registradas entre jovens e idosos, do acordo com o Ministério da Saúde.

Em Goiás, os registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) revelam um avanço dos casos de suicídio em números absolutos em todas as faixas etárias de 2009 a 2015. Em 2009 foram notificados 307 casos e em 2015, 435. As mortes autoprovocadas dos jovens ocasionam impactos sociais e econômicos, já que se trata da principal população economicamente ativa. Além disso, as consequências desses atos atingem todo contexto familiar da vítima, levando ao sofrimento emocional e influenciando na qualidade de vida de todos envolvidos.

 Programação

A gravidade desse fenômeno levou a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), a desenvolver, em diferentes municípios goianos, Oficinas de Enfrentamento às Violências com foco na prevenção às violências autoprovocadas. Tais oficinas compõem a programação, em Goiás, do “Setembro Amarelo”, efetivado ao longo de todo o mês com o propósito de promover a atualização dos profissionais, sensibilizar a população para a prevenção dos casos de suicídio e ampliar a rede de assistência.

A próxima Oficina de Enfrentamento às Violências com foco na prevenção de violências autoprovocadas está agendada para esta sexta-feira, 14 de setembro, das 8 horas às 17 horas, no Acervo da Crece, em Aparecida de Goiânia. Tais oficinas visam promover a capacitação dos profissionais da rede de educação e saúde vinculados ao Programa Saúde na Escola em como identificar comportamentos e manifestações associadas às violências autoprovocadas e como acessar e encaminhar para a rede de atenção a fim de que a pessoa receba o acompanhamento adequado para evitar o suicídio.  As oficinas nos demais municípios ocorrerão até o mês de novembro.

Além de promover as oficinas, a SES-GO está divulgando o tema nas redes sociais e encaminhando informações sobre a questão para as Regionais de Saúde a fim de estimular os municípios a realizarem ações em seus territórios.

 Setembro Amarelo

A Campanha Setembro Amarelo foi lançada, pela primeira vez, em 2015, em Brasília-DF.  É uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria. Mundialmente, a Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (IASP) estimula a divulgação da causa, vinculada ao dia 10 de setembro, no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Assistência

No Brasil, a rede de atenção direcionada para esses casos são os Centros de Atenção Psicossociais (CAPS), serviços de portas abertas, que devem acolher os usuários, sem agendamento e com equipes multiprofissionais que atuam em vários âmbitos da saúde mental, como álcool e drogas, transtornos graves e persistentes, e todas as faixas etárias (crianças, adolescentes, adultos e idosos). Nos municípios que não possuem os CAPS’s a população pode buscar por ambulatórios especializados em saúde mental, com psicólogos e psiquiatras, ou a rede de Atenção Básica, por meio da Estratégia de Saúde da Família, que também são pontos de apoio para cuidados em saúde mental.

Outro serviço importante para prevenção do suicídio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), um centro de apoio 24 horas às pessoas em sofrimento emocional com ideações de suicídio, presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O telefone do CVV é 188.