Nesta sexta-feira, 13, comemora-se 133 anos da abolição da escravatura. Apesar da data centenária, a população negra ainda apresenta os piores indicadores sociais quando consideradas a maioria das áreas, como saúde, educação e trabalho. A subcoordenadora de Atenção à Saúde da População Negra (Saspnegra) da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Fabíola Rosa Santos, afirma que essa realidade é fruto do descaso que os negros escravizados foram sujeitos após a assinatura da Lei Áurea, sendo abandonados à própria sorte e não inseridos no novo sistema de trabalho adotado. 

“Apesar de relembrar a data da abolição da escravatura, a população negra, sua bagagem cultural e seus saberes só começaram a receber a devida atenção nos processos de saúde no Brasil após a instituição da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, em 2009”, afirma Fabíola.

Buscando levar dignidade para a população negra, com recortes que incluem a população quilombola, povos de terreiro e de religião de matriz africana, a equipe da Saspnegra, em conjunto com a Gerência de Populações Específicas da Superintendência de Saúde Mental e Populações Específicas (Susmep), trabalha para articular, discutir e promover políticas de saúde. “O maior desafio dessa população é o racismo estrutural e institucional, que segrega, distancia e limita o acesso dessas pessoas aos serviços de saúde”, reforça.

A subcoordenação é um espaço para tratativas de temas relativos à saúde e aos determinantes que impactam a saúde desta população. As atividades são construídas de forma intersetorial, com apoio das regionais de saúde, municípios e outros órgãos do Estado, instituições de ensino e comunidade. O foco do trabalho é a articulação para a implementação da Política Nacional de Saúde da População Negra e o combate ao racismo institucional em todo território goiano.

O racismo dificulta o acesso e, também, a permanência da população negra nos serviços de saúde, o que pode causar agravos em diversos quadros   O dia 13 de maio é um dia de luta pela vida, pela dignidade e direito à saúde da população negra em Goiás.

Thiago Lagares/Comunicação Setorial da SES-GO