Governo de Goiás alerta para importância de prevenção ao alcoolismo

Na semana de combate à doença, ações contra uso abusivo do álcool – que afeta 20% dos adultos no País – são coordenadas pelo Governo do Estado e desenvolvidas nos municípios

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), celebra a Semana de Combate ao Alcoolismo por meio de ação desenvolvida em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde. O objetivo é incentivar gestores e profissionais a desenvolverem ações informativas e preventivas ao uso abusivo de bebidas alcoólicas. O alcoolismo é um grave problema social e de saúde pública, que tem como consequências mais evidentes a desestruturação familiar, o avanço da violência, o abandono da escola e do trabalho e o surgimento de doenças graves como cirrose, gastrite, trombose e câncer, entre outras. 

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que o uso contumaz do álcool provoca 2,8 milhões de mortes por ano no mundo — 100 mil delas no Brasil. A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde (MS), divulgada em 2019, revela que 17,9% da população adulta no Brasil consome de forma abusiva algum tipo de bebida alcoólica. O estudo também aponta que os índices do alcoolismo avançaram no País entre os anos de 2006 e 2018. Em 2006, o problema afetava 14,7% dos brasileiros acima de 18 anos. 

A atual administração do Governo Estadual possui, por meio da SES-GO, uma superintendência que dedica atenção especial à questão. A Superintendência de Políticas sobre Drogas e Condições Sociais Vulneráveis (SPDCSV) desenvolve e apoia a realização de ações em vários municípios. Uma delas foi realizada na quinta-feira, 20, na Praça Bom Jesus, em Anápolis, em referência ao Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo.

Rede básica 
A coordenadora de Prevenção da SPDCSV, Ana Maria Porto, informa que o atendimento às pessoas que vivem o drama do alcoolismo é efetivado pela rede básica de saúde nos municípios. Na maioria das vezes, a assistência inicial é realizada por equipes do Programa Estratégia Saúde da Família. Os pacientes são identificados e encaminhados à rede de saúde mental dos municípios. Os casos mais complexos são referenciados para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). 

Em Goiás existem 87 Caps, em 84 municípios. Desse total, 12 são Caps Álcool e Drogas, onde o atendimento é feito de forma específica. Nos municípios que não contam com Caps, a assistência é realizada por instituições similares, como os Centros de Referência de Assistência Social. Já os casos de maior gravidade são atendidos pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pelos hospitais gerais.

"Estruturamos uma rede de atendimento para assistir a demanda de todos os municípios goianos", sintetiza Ana Maria. Ela destaca que a SES-GO promove, continuamente, cursos voltados à atualização das equipes que atuam nas diferentes unidades nos municípios. Recentemente, a Superintendência realizou três grande oficinas para grupos multiprofissionais, sobre crack e outras drogas. No ano passado, promoveu o Seminário de Prevenção à Saúde e à Educação, que subsidiou a elaboração dos Planos Municipais de Prevenção à Saúde. 

População feminina
A pesquisa Vigitel, do MS, também constatou avanço da dependência ao álcool entre mulheres. De 2006 a 2018, o porcentual de mulheres que fazem uso indiscriminado de álcool passou de 7,7% para 11%. Nos homens, foi de 24,8% para 26%. 

Durante a divulgação da pesquisa, o secretário de Vigilância em Saúde do MS, Wanderson Oliveira, destacou que esse aumento no consumo abusivo de álcool entre as mulheres decorre da mudança de comportamento. "Elas estão mais presentes no mercado de trabalho e com uma vida social mais ativa. A estratégia do MS para reduzir esse aumento expressivo é melhorar a informação, trabalhar a informação sobre os malefícios do álcool, explicar sobre o consumo regular e social mais sustentável. Entendemos que precisamos intensificar ainda mais a informação não só para esse grupo, mas para toda a população”, ressaltou. 

Sinais e Sintomas do Alcoolismo
O conceito de dependência envolve os seguintes sintomas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):
– Desejo intenso ou compulsão para ingerir bebidas alcoólicas;
– Tolerância: necessidade de doses crescentes de álcool para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores;
– Abstinência: síndrome típica e de duração limitada que ocorre quando o uso do álcool é interrompido ou reduzido drasticamente;
– Aumento do tempo empregado em conseguir, consumir ou recuperar-se dos efeitos da substância; abandono progressivo de outros prazeres ou interesses devido ao consumo;
– Desejo de reduzir ou controlar o consumo do álcool com repetidos insucessos;
– Persistência no consumo de álcool mesmo em situações em que o consumo é contra-indicado ou apesar de provas evidentes de prejuízos, como lesões hepáticas causadas pelo consumo de álcool, humor deprimido ou perturbação das funções cognitivas relacionada ao consumo do álcool.

Maria José Silva/Comunicação Setorial
Foto: GeorgeRudy/Istockphoto

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