Serviço Social do Hugo localiza família de pessoa em situação de rua

Há 10 anos vivendo nas ruas de Goiânia, Guilherme foi levado à unidade após ser atropelado

Composto por 14 profissionais, o Serviço Social do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) tem uma atuação fundamental na entrega de uma assistência humanizada às pessoas que necessitam da unidade de saúde. Não raramente, pacientes sem identificação ou sem contato de familiares são admitidos na instituição. Alguns em situação de rua; outros, vítimas de agressão física ou até mesmo quem saiu de casa após uma discussão e, por orgulho, não retornou às origens. Quando se deparam com casos semelhantes a esses, os assistentes sociais iniciam, então, um trabalho investigativo, a fim de juntar pistas que possam dar identidade e/ou um passado para quem, a princípio, se encontra solitário num leito hospitalar.

Atuantes e empenhados, os assistentes sociais atendem com o intuito de amenizar os diversos conflitos e promover o bem-estar, com o apoio de órgãos públicos, Polícia Civil e até mesmo da mídia. Em centenas de casos solucionados, o mais recebente é Guilherme Leite da Silva Gomes, 32 anos, que, ao se mudar para Goiânia, perdeu o contato com seus familiares que moram em Porangatu e Nova Glória, Norte goiano. Guilherme estava em situação de rua há 10 anos

Guilherme foi admitido no Hugo no dia 21 de janeiro, após atropelamento. Há três anos, a irmã de Guilherme, Divina Leite da Silva Gomes, de 46 anos, não tinha nenhum contato com ele. “O hospital fez contato comigo e há 3 anos que eu não falava com o Guilherme. Nós somos 4 irmãos e hoje eu moro em Nova Glória. Meu coração ficava triste de não ter notícia dele. Quando eu ficava sabendo alguma coisa dele, eu chorava. Às vezes um colega da minha irmã passava por aqui e tirava foto dele. Quando eu fiquei sabendo que ele estava aqui, por um lado senti alegria e por outro lado, tristeza, quando soube da situação que ele se encontrava. Agora o que eu puder, o que tiver no meu alcance, eu vou ajudar”, emociona-se.

Há 5 dias no Hugo acompanhando o irmão, Divina agradeceu o atendimento das enfermeiras e o esforço dos profissionais. “A assistência social foi ótima, graças a Deus. Meu irmão foi bem cuidado. Eu quero pedir a Deus que abençoe eles, da equipe da assistência social”. A assistente social, Zelinda Marangoni, atua há quase 30 anos na unidade. E, ainda assim, respira aliviada e confessa que esse é o tipo de atuação mais gratificante do serviço social. “Há muitos anos a gente trabalha aqui com pacientes em situação de rua e o nosso objetivo maior, além da cura, é também entregá-lo para a família porque a gente sabe que ele está em situação de vulnerabilidade na rua e que a família está sofrendo, então a gente quer que ele volte para o seio da família, é o nosso maior objetivo. A função do serviço social aqui dentro do Hugo é essa, não é só cuidar da parte física do paciente, mas a familiar também. O paciente precisa do apoio. Eu fiquei feliz demais quando eu localizei a família, isso não tem preço!”, comemora.

A chefe do setor de Psicologia e Serviço Social do Hugo, Flávia Zenha, destaca que o principal objetivo das profissionais é humanizar o atendimento. “A atuação do profissional da assistência social é para o bem-estar do paciente e da família também. Princípios como respeito, cidadania e direitos sociais nos orientam na busca pela saúde emocional do paciente, em harmonia com a saúde física. Nós orientamos, acolhemos e ajudamos familiares, acompanhantes e pacientes no processo de tratamento e recuperação, visando sempre o melhor atendimento possível”.

 

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo