Secretário destaca transparência e atendimento amplo à saúde com mudança na regulação em Goiás

Titular da SES, Sandro Rodrigues respondeu a questionamentos de deputados durante audiência pública sobre o sistema de regulação da saúde, na Assembleia Legislativa de Goiás

Secretário Sandro Rodrigues fala sobre a regulação da saúde estadual, na Assembleia Legislativa 

A transparência é um dos principais ganhos com a assunção da gestão e regulação de todas as unidades estaduais pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia para a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). “O paciente hoje consegue ver em que posição ele se encontra na fila, para consultas, cirurgias ou leitos de UTI”, afirmou o secretário Sandro Rodrigues, durante audiência pública sobre o sistema de regulação da saúde, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). 

Proposto pelo deputado Paulo César Martins (PL), o debate ocorreu no auditório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e contou ainda com a participação dos deputados Hélio de Sousa e Gustavo Sebba (ambos do PSDB) e Humberto Teófilo (Patriota) que, embora enfático nas críticas, elogiou a transparência nas filas de espera na regulação estadual. 

Os deputados questionaram os motivos de lotações em algumas das unidades de saúde estaduais, como Hugo e Hugol e da demora no atendimento de pacientes com necessidade de cirurgias eletivas – aquelas em que, por não serem de urgência, o paciente aguarda o momento de ser chamado pela unidade. 

O secretário explicou que 60% dos pacientes que lotam tais unidades não deveriam – por definição – estar lá, mas em uma unidade de atenção básica municipal. No entanto, ressalva, não há como deixar de atender o paciente que busca socorro. 

“No Hugol, há leitos de emergência e eletivos, mas esses leitos eletivos acabam sendo ocupados por esse tipo de urgência, devido à alta procura”, explica. “Não vamos deixar de atender a população”, garante Sandro Rodrigues, ao reforçar que o compromisso do Estado é com o cidadão. 

Sobrecarga
O secretário mostrou que, apesar da sobrecarga desse atendimento, o Estado está, sim, cumprindo seu compromisso social, mesmo com o planejamento sendo afetado por fatores fora de sua alçada. E citou que desde outubro do ano passado, já com a pandemia da Covid-19 em arrefecimento, a SES retomou os procedimentos cirúrgicos eletivos, realizando, desde então, mais de 10 mil cirurgias pela rede estadual e conveniada em Goiás, além de 10 mil cirurgias de emergência. 

A tendência, segundo Sandro Rodrigues, é acelerar ainda mais o passo, para atender o maior número possível de pacientes que necessitam de cirurgias eletivas. Na semana passada, lembrou, o Mutirão de Triagem Cirúrgica do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) realizou 1.960 atendimentos a pacientes que vão passar por cirurgia eletiva na unidade. 

A ação atendeu 374 pessoas, com 625 consultas médicas e 1.335 exames pré-operatórios. “Hoje e amanhã, o mutirão está sendo realizado no HCN, em Uruaçu, para cirurgias de ombro, pé, joelho e mão”, acrescentou (leia mais sobre os mutirões de triagem cirúrgica no link: https://goias.gov.br/saude/noticias/15568-governo-estadual-inicia-primeiro-mutirao-de-cirurgias-eletivas).

O Governo de Goiás, apontou ainda o secretário, tem buscando cumprir seu compromisso naquilo que lhe compete. É o caso da regionalização da saúde, com a entrega de sete novos hospitais, além de 6 policlínicas regionais, ações que estão incluídas no investimento de mais de R$ 11 bilhões, desde 2019. 

O Estado também regularizou os repasses de recursos aos municípios, que sofriam atrasos de até treze meses. “Organizamos para que este ano estejam sendo pagos a parcela do mês e a do atraso, ou seja, os municípios estão recebendo em dobro”, afirmou.  

Expandir leitos
Embora ressalte a importância de ter a regulação nas mãos – após processo democrático e baseado nas leis e normas do sistema de saúde, por meio de pactuação com os municípios goianos –, Sandro Rodrigues deixou claro que apenas isso não resolve o problema da saúde. É preciso assumir, avaliar e implementar, para dar vazão (ao atendimento). “Configurar a rede exige leitos. Expandir serviços esbarra no sistema de financiamento, pois não se pode incrementar serviços sem o devido recurso”, explica.

Por fim, o secretário observou que o aperfeiçoamento do atendimento da saúde passa pelo diálogo e comprometimento de todos. “Vamos buscar o diálogo e vamos continuar atendendo esses pacientes de urgência, porque nosso compromisso é com a sociedade, mas atrasos podem ocorrer, pois uma unidade que tem capacidade para 100 pessoas, por exemplo, está atendendo 300.” Daí a importância da união do sistema, que é tripartite, com municípios, Estado e União – além da iniciativa privada, por meio de convênio. “Temos de buscar soluções conjuntas. O paciente tem que ter solução, sem que se trave o hospital”, ressaltou. 

Importância do debate
Ao agradecer o convite do deputado Paulo Cezar Martins para a audiência, Sandro Rodrigues destacou a importância desse tipo de debate e esclarecimentos. “Esses momentos são muito interessantes e deveriam ocorrer com mais frequência, para que se possa informar sobre o sistema de saúde, sua complexidade e sua magnitude. Estou sempre à disposição para explicar e esclarecer”, prometeu.

Participaram ainda da mesa de debatedores na audiência pública na Alego a gerente de Regulação de Cirurgias Eletivas da SES-GO, Cárita Cristina, que responde interinamente pela superintendência do Complexo Regulador Estadual; o superintendente Madson Bedin, da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia; a vice-presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO) e secretária municipal de Saúde de Inhumas, Patrícia Palmeira; e o representante da Ordem dos Advogados do Brasil, seção de Goiás (OAB-GO), advogado Arthur Silveira Miranda. 

José Carlos Araújo (texto) e Iron Braz (foto)/Comunicação Setorial

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