População masculina possui piores índices de morbidade/mortalidade, em relação ao sexo feminino. Entre 2020 e 2022, dados do Instituto Brasileiro de Câncer apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata

Com o objetivo de treinar gestores e trabalhadores da Atenção Primária em Saúde de municípios goianos, sobre os cuidados com a saúde do homem, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) realizou, nessa terça-feira, 7, no auditório do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (HECAD), em Goiânia, uma capacitação sobre o pré-natal masculino. O trabalho é uma parceria da Gerência de Atenção Primária da Superintendência de Atenção Integral a Saúde (SAIS)/SES-GO, com o Ministério da Saúde e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A capacitação faz parte do projeto de expansão da estratégia do 'Pré-natal do pai/parceiro', encabeçada pelo Ministério da Saúde e pela UFPE, que leva o curso para todos os estados do Brasil. “Os profissionais de saúde receberam orientações para aproveitamento da presença masculina nas consultas relacionadas à gestação, com acolhimento adequado que possa tornar atrativa a oferta de exames de rotina e testes rápidos”, explica a gerente de atenção primária da SES-GO, Ticiane Peixoto.

Índices
A população masculina possui os piores índices de morbidade/mortalidade, e ainda assim não tem o hábito de procurar os serviços de saúde de forma preventiva. Segundo o Ministério da Saúde (MS), entre os anos de 2015 e 2020, apenas 25% dos atendimentos individuais na Atenção Primária à Saúde (APS), foram de usuários do sexo masculino, de 20 a 59 anos de idade.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Câncer aponta para 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano, no país entre os anos de 2020 e 2022. Com o objetivo de promover a melhoria das condições de saúde da população masculina, com redução da morbidade e mortalidade, foi criada a estratégia do pré-natal pai/parceiro. Uma forma de atrair os homens para os serviços de saúde, oferecidos na APS.

Resultados
De acordo com os dados epidemiológicos no país, os homens ainda estão mais presentes nas urgências e emergências dos hospitais, espaços onde já existe o agravo das doenças. A expectativa é que com a qualificação do pré-natal do pai/parceiro, a população masculina possa participar de atividades educativas, com atualização das carteiras de vacinação, aferição de pressão arterial, incluindo ainda a testagem para HIV/síflis e hepatite. A expansão da estratégia de pré-natal do pai/parceiro, pode apresentar bons resultados como porta de entrada para os diversos serviços na APS.

Após a capacitação, o programa deverá passar em outro momento, pelo monitoramento feito pelo ministério da saúde, aprimorando ainda mais a oferta dos serviços com planejamento.“São cinco mil municípios, cada um com sua característica. Se não houver um diálogo direto como estamos fazendo em Goiânia, impossível expandir esta estratégia para o cuidado da saúde do homem”, reforça o professor Benedito Medrado, da UFPE.

Texto e foto: Yara Galvão