Saúde orienta pais sobre mudanças no esquema vacinal contra Poliomielite: vacina oral será substituída por vacina injetável

A vacina oral para reforços só estará disponível nos postos até o dia 27 de setembro de 2024. A partir de 4 de novembro, os postos vão disponibilizar apenas a vacina injetável

Mudanças na vacinação contra poliomielite: gotinha será substituída por dose injetável

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa à população goiana que o esquema vacinal contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, passará por mudanças. As doses da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), de gotinha, será substituída pela vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável. O Ministério da Saúde divulgou a mudança, por meio de nota técnica enviada aos estados.

O esquema vacinal funciona assim atualmente: a vacina injetável contra a polio é aplicada nas três primeiras doses do esquema vacinal (2, 4 e 6 meses), as doses de reforço são ministradas com a vacina oral, aos 15 meses (4º dose) e aos 4 anos (5º doses). A partir de 4 de novembro, a dose de reforço será apenas aos 15 meses com a vacina injetável).

Dessa forma, os pais precisam estar atentos, já que a recomendação é que as doses de reforço contra a polio (4ª e 5 ª dose) não estarão mais disponíveis nos postos, entre 28/09 a 3/11. No entanto, nesse período, as três doses do esquema primário que já são injetáveis serão realizadas normalmente. Apenas o reforço com a gotinha será interrompido. O Ministério da Saúde, com apoio dos estados e municípios, vai fazer a retirada das doses da vacina oral das salas de vacinação do Estado.

A superintendente de vigilância em Saúde da SES/GO, Flúvia Amorim, explica que é importante divulgar a informação para que pais e responsáveis saibam que a vacinação do reforço (4ª e 5ª doses) com a gotinha não estará disponível por um pequeno período. “Entre 28 de setembro e 3 de novembro as doses de reforço com a vacina oral contra a Polio será interrompida para as adequações necessárias, mas logo em seguida ela será retomada com a dose injetável – as doses injetáveis. A gotinha deixa de existir, mas a proteção para as nossas crianças continua. A mudança foi definida após avaliação criteriosa da câmara técnica, com participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas)e Organização Mundial da Saúde (OMS).”

Segundo a gerente de Imunização da SES, Joice Dorneles, a eficácia obtida com a vacina oral fez com que a pólio fosse eliminada da maior parte dos continentes. No entanto, pesquisas mais recentes, realizadas a partir dos anos 2000, mostraram que a vacina oral era menos eficaz e segura que a vacina intramuscular. A substituição da vacina oral pela injetável faz parte da Estratégia de Erradicação da Poliomielite da Organização Mundial da Saúde. O desafio agora, é continuar aumentando as coberturas vacinais. “Precisamos recuperar a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 95% de cobertura contra a polio. Só assim vamos manter essa doença afastada das nossas crianças”, reforça Joice.

Cobertura
As coberturas para a polio vem apresentando queda desde 2016, no entanto, neste ano a vacinação apresentou aumento na comparação com o ano anterior. Em Goiás a cobertura vacinal da Polio Injetável em 2023 (VIP) foi de 68,17%, e neste ano chegou a 79,53%. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é vacinar no mínimo 95% das crianças de 1 a menores de 5 anos de idade contra a poliomielite. Em Goiás, isso equivale a cerca de 426 mil crianças.

O último caso de poliomielite (paralisia infantil) registrado em Goiás e em todo o país foi no ano de 1989. Em 1994, o Brasil recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem, mas, em 2023, devido as baixas coberturas vacinais, o país foi classificado como de alto risco para a reintrodução da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a vacina é a única forma de garantir que ela não volte.

Atualmente, existem dois países endêmicos, Paquistão e Afeganistão. Dados da OMS, atualizados de 1º de janeiro a 23 de abril de 2024, mostram que foram confirmados 13 casos de poliomielite, sendo seis no Afeganistão e sete no Paquistão. Com a circulação de pessoas, o perigo é que o vírus volte a circular no Brasil, caso as coberturas vacinais estejam baixas.

A poliomielite é uma doença contagiosa aguda e grave caracterizada por um quadro de paralisia flácida causada pelo poliovírus selvagem (PVS) tipo 1, 2 ou 3, que em geral acomete os membros inferiores de forma irreversível e pode levar à morte. A vacinação é fundamental para a redução do risco de reintrodução do poliovírus no Brasil.

E o Zé Gotinha, continua?
Criado nos anos 1980, o Zé Gotinha é uma marca da luta contra a poliomielite. Mas o personagem entrou em campo também para alertar sobre a prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Portanto, ele continua trabalhando em prol da imunização segundo informações do Ministério da Saúde.

O Zé Gotinha se tornou um símbolo universal na missão de salvar vidas e um aliado importante no processo de educação e combate às notícias falsas. Não por acaso, a mascote da imunização venceu, no início de 2024, o prêmio oferecido às melhores figuras do universo digital na categoria Brand Persona, do iBest.

O personagem já atuou diversas vezes para mobilizar e incentivar a vacinação. Isso surtiu resultados positivos: em 2023 foi registrado crescimento da cobertura vacinal de 13 dos 16 principais imunizantes do calendário infantil em relação a 2022 – avanços que fizeram com que o Brasil saísse do ranking dos 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo.

Foto: Iron Braz
Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

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