Saúde institui comitê para gerenciar ações para redução mortalidade infantil e materna

Superlotação HMI é pauta emergencial

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) vem buscando alternativas à superlotação do Hospital Materno Infantil, agravada pelo sucessivo fechamento de serviços de neonatologia e pediatria na rede de saúde da capital, verificado desde 2015. Uma das medidas é a instalação de um comitê de gerenciamento de crise para avançar nas soluções emergenciais que possam proporcionar alternativas ao atendimento dos pacientes.

O intuito do comitê é identificar estruturas que possam servir como ampliação de retaguarda emergencial ao HMI e que possam ser contratualizadas. O comitê tem como uma de suas principais atribuições a busca por novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatais que possam fortalecer a Rede Cegonha que trata exatamente da assistência a gestantes e bebês.

O superintendente-executivo da SES-GO, Deusdedith Vaz, assinalou que a superlotação do Hospital Materno Infantil é reflexo da diminuição do número de leitos de UTI neonatal na Região Metropolitana da Capital, vivenciada a partir do ano passado, quando algumas unidades particulares se descredenciaram do Sistema Único de Saúde. Também leitos obstétricos como da Maternidade Dona Íris, que não estão disponíveis para a regulação, fazem falta e impactam o atendimento do HMI.

Conforme os dados da SES-GO, em 2015 cinco unidades que prestavam serviços na área de ginecologia e obstetrícia eram conveniadas ao SUS. Destas, três se descredenciaram – os Hospitais Monte Sinai, Goiânia Leste e Sagrado Coração de Jesus. O fechamento de 24 leitos da Maternidade Dona Iris agravou o problema e culminou com a superlotação do HMI de forma acentuada. O acúmulo de pacientes no HMI, por sua vez, contribuiu para a ocorrência da morte de dois recém-nascidos que estavam internados na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin).

Deusdedith Vaz adiantou que a SES-GO está fazendo estudos sobre a possibilidade de adotar um co-financiamento diferenciado para os leitos de UTI neonatal. “Estamos avaliando o impacto financeiro de tal medida”, acentuou, enfatizando que a SES-GO já instalou duas outras unidades de retaguarda, a Maternidade N. Dra. Lourdes e Hospital Vila Nova, ambas atendendo já na capacidade máxima.

“Sabemos que atualmente 60% pacientes do HMI são pacientes com quadros para atendimento nos Cais e postos de saúde. Essa clientela concorre com os pacientes do perfil do hospital que são aqueles com quadros mais complexos ” explica. Segundo Deusdedith Vaz somente o fortalecimento da Rede Cegonha pode trazer solução definitiva para o atendimento de mães e crianças em Goiás.

 

 

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo