Primeira captação de pulmão no Hugol
Após sofrer morte encefálica devido a um acidente vascular cerebral hemorrágico, a família do paciente de 26 anos de idade, internado no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), consentiu com a doação de múltiplos órgãos. Esse ato de solidariedade possibilitou auxiliar sete pessoas que estavam na fila de transplantes em três Estados do país: São Paulo, Brasília e Goiás.
Captações de múltiplos órgãos têm acontecido frequentemente na unidade, mas o diferencial dessa é que, além do coração, fígado, rins e córneas, também foi possível captar pulmão, sendo a primeira vez que esse órgão foi captado no Hugol. “As captações de pulmões são mais raras devido à complexidade do órgão, muito sensível às infecções e geralmente o primeiro órgão a se inviabilizar”, explica a enfermeira da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos/Goiás CNCDO-GO, Katiúscia Christiane Freitas.
Cerca de 18 pessoas atuaram nessa captação de órgãos, advindas das equipes do Hugol, Central de Transplantes e os profissionais de cada Estado, em uma cirurgia com múltiplos procedimentos concomitantes. A logística é outro ponto crucial nesse trabalho, que contou com auxílio do serviço de transporte do hospital, SAMU e Corpo do Bombeiros.
Katiúscia ressalta ainda o fator mais importante dessa captação: “sete vidas foram salvas e nada disso seria possível sem a decisão da família em concordar com a doação de órgãos, além do empenho da equipe do Hugol na manutenção adequada do doador após o diagnóstico de morte encefálica”, conclui.
O diretor geral do Hugol, Hélio Ponciano, ressaltou o compromisso do hospital em salvar vidas. “Mesmo com equipamentos modernos, estrutura de grande porte e profissionais capacitados, alguns pacientes não conseguem se recuperar e fatalmente vão a óbito. É nessa hora que surge a segunda chance de salvar vidas: com a autorização das famílias dos pacientes desses casos irreversíveis, é possível captar órgãos e tecidos e transplantá-los em outras pessoas que esperam ansiosas por mais uma oportunidade de viver”, conclui.