Evento aborda a gestão da saúde em Goiás

Durante encontro realizado pelo IGH, secretário de Saúde do Estado, Ismael Alexandrino, ressaltou importância do modelo na administração hospitalar feito por Organizações Sociais

A gestão da saúde em Goiás foi tema de palestra ministrada nesta quinta-feira, 28, pelo titular da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, em Goiânia. A exposição, para mais de cem profissionais, fez parte do evento realizado pelo Instituto de Gestão e Humanização (IGH), Organização Social de Saúde (OSS). Alexandrino disse, porém, que o modelo, instituído no Estado em 2011, ainda está sendo aperfeiçoado, para gerar mais benefícios ao Governo e à população. “Precisamos adaptar contratos e avaliar indicadores, tornando a gestão mais operacional e resolutiva”, afirmou, ressaltando que trabalho realizado pelas OSS em conjunto com a SES-GO torna possível reduzir custos e ampliação de serviços.

Alexandrino apontou os principais desafios para uma boa gestão. Segundo o secretário, a fragmentação da rede e a ausência de uma regulação eficaz para a oferta de serviços entrava a rede estadual. Para ele, a gestão municipal deve estar conectada à gestão estadual, além de planejamento estratégico e alinhamento com as ações, podendo fomentar uma gestão mais transparente e eficiente.

“As gestões municipais são responsáveis por mais de 10 mil unidades e, analisando isso, percebemos a necessidade de investir na Atenção Básica. Pois, além de propiciarmos bem-estar para os usuários, diminuímos gastos na média e alta complexidade, que têm um maior custo e um tratamento mais demorado”, lembrou. Outro ponto citado pelo secretário é a necessidade de usar melhor a iniciativa privada para o Sistema Único de Saúde (SUS). “As unidades privadas também fazem parte do SUS, pois há uma diferença entre SUS e Sistema Público de Saúde.”

Oportunidades de melhoria

O secretário apontou ser necessário amadurecer o modelo de gestão por OSS, que começa pela revisão dos contratos de gestão, alterando metas e indicadores e ampliando o pensamento em rede, usufruindo das unidades municipais, filantrópicas e privadas. E destacou a governança do Estado, que deve estar presente, cobrando e fiscalizando os contratos e serviços.

“O contrato é uma ferramenta que liga a OSS ao governo e deve ser aperfeiçoado, para aferir melhor qualidade e eficiência”, citou. Para ele, os contratos devem ter metas quantitativas e qualitativas, gerando atendimento de qualidade e elevando o índice de satisfação dos usuários.

Regulação

Na oportunidade, o tema regulação foi levantado. Alexandrino falou da importância de um serviço de regulação eficiente e transparente. Ele reafirmou que essa é uma das bases do tripé de sua gestão. “A regulação tem um papel preponderante e colaborativo para dar eficiência operacional nas unidades hospitalares”.

Em sua análise, o Estado tem melhor dimensão do que acontece em todo o território e, com a gestão da regulação, poderá gerenciar de maneira adequada as vagas disponíveis em Goiás, com um modelo único e com atuação de outros setores, como o Ministério Público.

Agilidade

Para o superintendente do IGH, Paulo Bittencourt, também em palestra no mesmo evento, o modelo de OSS permite maior agilidade para lidar com o mercado, quebrando entraves burocráticos e oferecendo redução de custos para as entidades públicas. “É necessário aplicar com responsabilidade os recursos disponíveis para que a resolutividade seja alcançada”, afirmou. Atualmente, o IGH administra três unidades em Goiás – os Hospitais Estaduais Materno Infantil (HMI), de Urgências de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Huapa) e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL).

Bittencourt exemplificou a gestão do Huapa em números e apresentou a redução de 52% nos custos do hospital após o IGH assumir a administração. “Nós somos intensivos em mão de obra, o que permite maior flexibilidade e agilidade em relação ao sistema público”, avaliou. Lembrou ainda que a complexidade dos serviços necessários para o funcionamento de um hospital demanda flexibilidade de recursos humanos e de fornecedores, que são a base para a eficiência nos serviços.

Felipe Cordeiro (texto) e Sabba Nogueira (fotos), da Comunicação Setorial

 

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