Para atingir meta Aedes zero, SES muda critério de risco de infestação
Eliminar o mosquito Aedes aegypti em Goiás: esse é um dos objetivos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) para 2016, tanto que está coordenando uma força tarefa para vistoriar todas as 3,1 milhões de residências do Estado até o dia 29 de fevereiro. Uma das medidas que estão sendo adotadas para eliminar o mosquito é a mudança do critério de risco de transmissão das doenças que tenha como transmissor o mosquito Aedes, como dengue, zika e chikungunya.
“A intenção é eliminar o mosquito do nosso território, por isso precisamos adotar critérios mais rígidos de classificação de risco daqueles utilizados pelo Ministério da Saúde (MS)”, ressalta o secretário Leonardo Vilela. Para falar sobre o assunto, o secretário concede entrevista coletiva nesta quarta-feira, dia 13 de janeiro, às 9 horas, durante reunião com prefeitos para ampliar as mobilizações desse mês de janeiro. A entrevista acontece no Conecta SUS, na sede da SES-GO (Rua SC 1, 299, Parque Santa Cruz).
Entenda a mudança – O MS adota o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRA) para monitorar a população (e dispersão) do mosquito. A ferramenta fornece o Índice de Infestação Predial (IIP) e o Índice de Infestação em Depósitos (Índice de Breteau – IB) do Aedes. Em cada município, agentes de saúde visitam residências e outros tipos de imóveis, para inspecionar e identificar os criadouros, e ao encontrar, coletar as larvas para análise. Os parâmetros utilizados pelo MS, quanto à infestação pelo Aedes aegypti, são: menor que 1% das residências com foco do mosquito, é considerado satisfatório; de 1% até 3,99%, alerta; e acima de 3,99%, emergência.
Em Goiás, o parâmetro será mais exigente. A grande diferença é que o imóvel terá índice satisfatório quando atingir infestação zero, ou seja, sem nenhum foco, e será marcado como verde no mapa. De 0,01% a 3,99% será de alerta e estará no mapa como amarelo e a partir de 4% será alto risco com status de emergência e indicação vermelha. “É um instrumento de orientação importante, pois identifica as áreas prioritárias para medidas e ações de controle e combate ao mosquito. A partir dessas informações, vamos desenvolver estratégias”, diz o secretário.
Cerca de 108 mil residências foram vistoriadas nas primeiras ações do ano – O balanço da primeira semana das ações do movimento Goiás contra o Aedes em 2016 foi positivo, de acordo com o relatório apresentado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Nos dias 6 e 8 de janeiro (e dia 12) houve força tarefa em 73 municípios goianos, com a visita a 108.101 residências. No total foram encontrados 3.755 imóveis com focos do mosquito Aedes aegypti (5% do total de imóveis adentrados), 31.088 residências estavam fechadas e foram registradas 122 recusas de moradores que não permitiram a entrada nas casas.
Reunião com prefeitos – Para sensibilizar gestores municipais na mobilização da campanha “Goiás Contra o Aedes”, será realizada nesta quarta-feira, dia 13, mais uma rodada de reuniões. Foram convidados prefeitos e secretários de saúde de 104 municípios goianos. As reuniões acontecem no período da manhã, às 8h e 10h, e à tarde, às 14h e 16h.
As mobilizações de campo têm sido feitas a partir da organização unificada e padronizada do Corpo de Bombeiros, parceiro da Saúde na meta de acabar com o mosquito. E com o papel preponderante dos prefeitos municipais, que são os principais comandantes das ações de combate ao mosquito. “O que estamos fazendo nessa parceria com o Corpo de Bombeiros é apoiar de modo mais intensivo o controle que os municípios já fazem quanto ao Aedes”, diz Leonardo Vilela.
A SES-GO destaca ainda o essencial apoio de voluntários da sociedade civil, de associações, sindicatos, além da solidariedade que está sendo observada entre municípios que se apoiam com o compartilhamento de recursos.
Números: Goiás registrou em 2015, 189.030 casos de dengue, com 81 óbitos. Além disso, 147 casos de chikungunya, 81 casos de zika vírus com 5 confirmados, 8 casos de microcefalia relacionada ao zika vírus (sendo um total de 53 casos de microcefalia relatados no RESP) e 51 ocorrências de Guillan-Barré.