Oficina do Imuniza SUS apresenta dados de pesquisa sobre motivação da baixa cobertura vacinal

A falta de percepção do risco das doenças tem contribuído para o número de crianças não vacinadas, segundo estudo da UFMG e Conasems, apresentado no evento que reuniu 600 profissionais de saúde na cidade de Goiás

Governo de Goiás prossegue com campanha para conscientizar a população: vacinas protegem contra doenças graves

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), participou da Oficina do Imuniza SUS, onde foram apresentados dados de pesquisa elaborada pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), juntamente com a Universidade Federal de Minas Gerais, sobre a cobertura vacinal no país. 

A reunião ocorreu nesta quinta-feira (29/9), no Campus da UFG na cidade de Goiás com a presença de representantes da Saúde de 186 municípios goianos que discutiram o motivo da baixa adesão na vacinação infantil,  o que tem acarretado coberturas cada vez mais baixas desde 2016 e aumentado o risco da volta de doenças graves, já erradicadas. 

Para a superintendente em Vigilância e Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, a falta de percepção de risco da poliomielite, doença erradicada há mais de 30 anos no país é um exemplo. “O Brasil vive hoje um momento que não imaginava viver: a baixa cobertura vacinal contra a paralisia infantil. Nosso país foi modelo e exemplo mundial de cobertura nas campanhas, mas hoje vivemos uma realidade muito ruim que é o risco de reintrodução da poliomielite em nosso território, já que os pais mais jovens desconhecem um caso de paralisia", pontuou ela.

A presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), Veronica Savatin, reforçou que além do risco de reintrodução da doença, o SUS pode sofrer uma grave crise se a paralisia infantil voltar ao país. “A paralisia não seria apenas um desafio para as famílias com crianças com paralisia, mas para todo o sistema de Saúde. Por mais que tenhamos estrutura para possíveis casos, teríamos que nos reorganizar sem nem ter superado as consequências da Covid-19”.

Pesquisa
Os principais pontos levantados pela pesquisa foram: declínio na cobertura vacinal no Brasil desde 2016, acarretando o reaparecimento de algumas doenças imunopreveníveis; comprometimento da homogeneidade das coberturas vacinais (obtenção da meta de cobertura vacinal em 75% dos municípios); fenômeno da hesitação vacinal (atraso em aceitar ou recusa às vacinas recomendadas), que ocorre mundialmente, e que vem se tornando mais presente no Brasil e o impacto da pandemia da COVID-19 no enfraquecimento dos programas de imunização. 

A pesquisa se debruçou sobre o Estado de Goiás e ouviu usuários e profissionais do SUS para colher as informações e elaborar o resultado. Ficou demonstrado que a pandemia afetou muito a aplicação das vacinas de rotina do Plano Nacional de Imunização (PNI). A veiculação de notícias falsas sobre os imunizantes fez cair a procura pelas demais vacinas. 

Foram entrevistados 1.115 profissionais de saúde que relataram suas percepções quanto à hesitação na vacinação. Para eles, as pessoas demonstram preocupação com os efeitos colaterais ou reações adversas; medo de agulhas por acharem que são muito dolorosas;  preocupação com os efeitos de longo prazo das vacinas e crença de que terapias alternativas são uma escolha melhor do que as vacinas. 

A principal conclusão  é que a recusa e atraso na vacinação está amplamente associada à complacência (baixa percepção de risco, em função da erradicação de diversas doenças). Esse dado foi levantado a partir de entrevistas com 2.235 pessoas acima de 18 anos de idade. Em relação à vacinação contra a poliomielite, o cenário em Goiás é de atenção, com piora progressiva nas coberturas desde 2015. De acordo com a SES-GO, a cobertura vacinal no Estado está em 38,11%. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.

Campanha de vacinação 
Em Goiás, a vacinação tem sido incentivada desde o dia 8 de agosto. Todos os municípios estão orientados quanto à importância da melhoria das coberturas vacinais e vem realizando ações para atingir o objetivo. A campanha publicitária ‘Xô Dodói’, por exemplo, está sendo veiculada nas mídias e conta com o apoio das secretarias municipais de Saúde e Educação. O material didático, voltado para as crianças, sensibiliza pais e responsáveis sobre a importância da imunização. 

“Graças à vacina tem doenças que a gente não vê mais, mas  vamos precisar relembrar para a população as consequências dessas doenças. Se nós estamos falando que elas podem voltar é porque pais estão deixando de vacinar seus filhos”, completa Flúvia Amorim. Todos os imunizantes do PNI estão disponíveis nas salas de vacina dos municípios. Além da dose contra a poliomielite, Goiás reforça a importância da atualização da caderneta de vacinação para crianças e adolescentes menores de 15 anos.

Legenda: Oficina do ImunizaSUS com 186 municípios representados: desafio de melhorar a cobertura vacinal em Goiás
Legenda: Governo de Goiás prossegue com campanha para conscientizar a população: vacinas protegem contra doenças graves

Comunicação Setorial SES
Fotos: Marco Monteiro

Governo na palma da mão

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