“Nossa vida mudou da água para o vinho”, diz paciente sobre Residência Assistencial do HDS

Luiz Machado da Silva, de 74 anos, é paciente morador do HDS – Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta, unidade da SES. Acometido pela hanseníase, o paciente carrega sequelas da doença que, há 26 anos, o fez viver totalmente isolado da sociedade.

Luiz Machado da Silva, de 74 anos, é paciente morador do HDS – Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta, unidade da SES.  Acometido pela hanseníase, o paciente carrega sequelas da doença que, há 26 anos, o fez viver totalmente isolado da sociedade.

Com lembranças dos anos que morou nos pavilhões da  antiga Colônia Santa Marta, Luiz acredita que hoje vive seu melhor momento no hospital. A mudança para a Residência Assistencial significa para ele o resgate da qualidade de vida. “Nossa vida mudou da água para o vinho depois que nos mudamos para a nova casa. Aqui temos conforto, atendimento médico, segurança 24 horas por dia e ainda convivemos com nossos amigos. Estamos em um paraíso”, comemora.

A Residência Assistencial do HDS, entregue pelo Governo de Goiás em janeiro deste ano, abriga 19 pacientes moradores do hospital. A estrutura física é composta por apartamentos individuais planejados e mobiliados, área de convivência, praça de banho de sol, posto de enfermagem, farmácia, consultório, refeitório e lavanderia terapêutica.

A diretora técnica do HDS, Mônica Ribeiro Costa, ressalta que a construção da residência resgata a dignidade dos pacientes residentes do hospital, no aspecto do cuidado e das relações humanas. “Este novo espaço, que chamamos de Residência Assistencial Santa Marta, é a atual moradia dos nossos pacientes. Um lugar, sobretudo, de resgate da cidadania para aqueles que foram vítimas do isolamento social durante os anos da política de internação compulsória dos portadores de hanseníase, no Brasil e em Goiás. Esta política teve enorme impacto em suas vidas e causou  para muitos perdas de vínculos  familiares, sociais e graves sequelas psicológicas, o que  tornou praticamente impossível sua completa reinserção social, razão pela qual aqui permanecem.”

Dona Jovenila Cândida de Jesus, de 75 anos, é moradora da unidade há 22 anos. Mineira, Jovelina viu a hanseníase tomar seu corpo e mudar radicalmente sua vida. Mãe de seis filhos, ela acredita que o peso das sequelas ficou mais leve com a mudança para a nova casa. “Aqui me sinto mais segura do que quando morava lá no pavilhão, temos vigilância 24 horas por dia. Além disso, as paredes da antiga residência estavam todas rachadas, chovia mais dentro de casa do que do lado de fora. Hoje temos mais conforto, além do atendimento maravilhoso que recebemos dos profissionais que trabalham aqui”.

Residência Assistencial

A Residência Assistencial é um local de acolhimento de longa permanência. No local, moram 19 pacientes, em sua maioria com alto grau de dependência física e psicológica que, por não terem sido inseridos na sociedade, contam exclusivamente com a tutela do Estado para viver.

Antes da residência assistencial, os moradores viviam em pavilhões precários e sem infraestrutura adequada. A área

onde fica os antigos pavilhões, construídos na época da extinta Colônia Santa Marta, será destinada para a construção do complexo hospitalar intitulado Hospital Estadual do Idoso Dr. Nabyh Salum, projetado para o atendimento da população com mais de 60 anos e do Hospital Estadual do Homem Dr. José Luiz Bittencourt, voltado para a assistência à saúde do homem.

Colônia Santa Marta

Fundada na década de 30 em Goiânia, a Colônia Santa Marta, localizada em Goiânia, era uma instituição criada pelo Governo do Estado para o isolamento e tratamento de pessoas acometidas pela hanseníase. Na época, o local era conhecido como leprosário.

Em consequência da nova política de atenção aos portadores de hanseníase, e de diretrizes nacionais de desospitalização para estes pacientes, em 1983 A Colônia Santa Marta foi transformada em Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS Santa Marta).

Em dezembro de 2013, a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (AGIR) assumiu a gestão do hospital. Atualmente, o HDS é uma unidade de atendimento ambulatorial e hospitalar de média complexidade com objetivo de prestar assistência gratuita aos usuários do SUS. A unidade oferece também atendimento aos ex-pacientes da extinta Colônia Santa Marta.

Governo na palma da mão

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