Mutirão de cirurgias metabólicas e bariátricas vai atender cerca de 50 pacientes do HGG

Ação é realizada desde o dia 22 de maio, pelo Programa de Controle e Cirurgia da Obesidade do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi, unidade do Governo de Goiás

Paciente entra no centro cirúrgico do HGG, pelo mutirão de cirurgias bariátricas e metabólicas: nova vida

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) realiza, ao longo do mês de maio, um mutirão de cirurgias bariátricas e metabólicas para pacientes, a fim de controlar a obesidade e o diabetes. A ação faz parte das metas do Plano de Cirurgias Eletivas do Estado de Goiás, que prevê a minimização na fila de espera dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). As cirurgias de grande porte (abertas e de vídeo) começaram no dia 2 de maio, e 22 procedimentos cirúrgicos foram realizadas nas duas primeiras semanas do mutirão.

Ao todo, está previsto o atendimento de cerca de 50 pacientes, pelo Programa de Controle e Cirurgia da Obesidade (PCCO) da unidade do Governo de Goiás. Vale ressaltar que os procedimentos vão zerar a fila de espera dos pacientes do hospital que já passam por acompanhamento e atendem os critérios para operação. Atualmente, ainda há cerca de 200 pacientes que estão em tratamento no programa.

O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Sérgio Vêncio, ressaltou a importância deste mutirão para atender as pessoas que necessitam de uma intervenção médica para melhorar sua saúde. “Recebemos a autorização do Ministério da Saúde para realização de cirurgias eletivas dentro de um pacote de R$ 20 milhões, em que o Estado de Goiás também vai aportar mais R$ 20 milhões, e assim começaremos uma série de cirurgias como essas, para pacientes de vários municípios. Essa é a prioridade do governador Ronaldo Caiado.”

O especialista de cirurgia bariátrica do HGG, Luiznei da Rocha, destacou que os pacientes já atendidos na unidade estão aptos a fazerem a cirurgia. “Dos pacientes atendidos pelo  PCCO do HGG, 50 serão atendidos com uma dessas cirurgias, por preencherem todos os requisitos médicos e por estarem acompanhadas pela nossa equipe de multiprofissionais”.

Indicação de cirurgia
No HGG, a cirurgia bariátrica é indicada para pacientes que possuem obesidade grau 3, Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 e que, por meio do tratamento clínico, não obtiveram sucesso no controle de peso e atenderam aos critérios. Outras comorbidades, como colesterol alto, esteatose hepática (gordura no fígado) e hipertensão, são fatores que reforçam a sugestão da cirurgia nesse paciente.

A professora de culinária Ziley Neves Duarte Borges, que convive com o sobrepeso desde a infância, comemorou a oportunidade de fazer a cirurgia metabólica, após entrar no PCCO com cerca de 122 quilos. “Consegui alcançar os 111 quilos e agora posso fazer essa cirurgia. Estou em tratamento para diabetes tipo 2, pressão alta e colesterol. Essa cirurgia era um sonho para melhorar minha qualidade de vida, autoestima e saúde.”

Aos 42 anos e o peso atual de 156 quilos, a cuidadora de idosos Elieide Aparecida Andrade Carvalho, que chegou a pesar 168 quilos após o nascimento do segundo filho, falou sobre os benefícios que terá com a cirurgia bariátrica, após sete anos na fila de espera. “O sobrepeso me trouxe pressão alta e muita dores nas pernas, mas creio que, com essa cirurgia, vai melhorar minha vida e meu trabalho. Minha autoestima vai melhorar muito, e minha saúde vai ser outra.”

O coordenador do Serviço de Cirurgia Metabólica do HGG, Paulo Reis, destaca o ganho na qualidade e na expectativa de vida após a cirurgia. Ele cita que pacientes diabéticos, com IMC de 30 a 34.9, que ficariam muito tempo na fila, e com IMC de 35 que precisam fazer bariátrica e que também tem diabetes associada e precisam da cirurgia bariátrica metabólica, por exemplo, têm um ganho relevante na expectativa de vida.

“Pacientes passam dois anos, três anos com dificuldade de comprar medicação, ficando diabético, perdendo visão, perdendo rim por causa da doença e encontram possibilidade de fazer um tratamento caro com profissionais de ponta, num hospital de excelência para tratar e dar todo suporte para este tipo de paciente", explica.

"Então, estamos com um serviço de utilidade pública no nosso Estado. Estamos tirando esse paciente de um trajeto de morbidade, de doenças, possibilidade de infartos e derrames e trazendo para uma realidade diferente, de controle de doenças e aumento da expectativa de vida. É uma nova vida e esperança de vida para o paciente", diz o coordenador.

Pacientes diabéticos
As cirurgias metabólicas começaram a ser realizadas no HGG em 2018, e os procedimentos estão direcionados aos pacientes diabéticos que estão inseridos no PCCO da unidade, realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento é conhecido por curar a doença com técnica cirúrgica reconhecida e aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Paulo Reis explica que a técnica consiste em mudar a ‘arquitetura’ do percurso gastrointestinal do paciente, que induz a liberação de hormônios, chamados incretinas. Esses hormônios permitem o controle da glicose. Após a cirurgia, o paciente passa por uma reavaliação, para saber se poderá ter suspenso o uso das medicações, inclusive da insulina.

Para se submeter ao procedimento, o paciente passa por vários exames. A recuperação é semelhante a uma cirurgia bariátrica normal. É necessário aderir a uma dieta inicial, para a adaptação à nova condição alimentar e, em torno de 20 a 30 dias, poderá voltar às suas atividades normais. É possível, inclusive, que o paciente tenha uma vida normal, inclusive no quesito alimentação.

O Serviço de Cirurgia Bariátrica do HGG já realizou 1.050 cirurgias desde 2010, início da gestão do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), organização social que administra a unidade de saúde. Já o Serviço de Cirurgia Metabólica foi lançado no HGG em 2018, tornando a unidade o primeiro hospital público do Estado na realização desse tipo de atendimento. Atualmente, já foram realizados 191 procedimentos metabólicos.

Felipe Fulquim (texto)/Idtech

Foto: Iron Braz 

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo