Médica do HGG homenageia paciente em cuidado paliativo com apresentação de MPB

Homenagem ficou por conta da residente Luhan Chaveiro e emocionou família e profissionais da unidade

Durante a internação, Dona Rogéria revelou ser apaixonada por MPB. Equipe da unidade preparou a apresentação baseada no estilo musical preferido da paciente.

Na tarde de sexta-feira, 14 de agosto, o Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo (NAPP) do Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG, unidade de saúde do Governo de Goiás, promoveu uma apresentação de Música Popular Brasileira (MPB) a uma paciente da instituição. Internada há cerca de um mês, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Rogéria Maria Gonçalves, de 62 anos, tem uma doença oncológica com metástases em vários órgãos. A apresentação foi realizada pela médica residente da geriatria, Luhan Chaveiro, que se comoveu com a história da paciente que, além de professora, também é artista plástica. Na noite do mesmo dia, a paciente faleceu na unidade. 

Dona Rogéria, como é carinhosamente chamada pela equipe do HGG, deu entrada no hospital no dia 27 de julho, com um quadro de AVC. Natural de Orizona, em Goiás, ela descobriu na unidade de saúde ser portadora de um câncer já avançado no pâncreas, com metástase no fígado e no cérebro. Fragilizada pelo AVC, dona Rogéria soube ali que sua patologia era inoperável e que seu corpo não resistiria ao tratamento contra o câncer. Consciente de seu estado de saúde, a paciente concordou em ser transferida para o NAPP, como forma de ter mais conforto e acolhimento nesta fase da vida.

"Minha irmã sempre foi uma pessoa muito ativa, muito consciente sobre tudo. Quando ela soube aqui no HGG que estava com câncer já em estado avançado, ela aceitou receber o tratamento paliativo, para ter mais dignidade nessa etapa da vida dela. Para todos nós foi um susto, porque ela estava saudável até ter o AVC. Depois, soubemos que até esse AVC foi em consequência do câncer que ela já tinha, mas não sabia. Há um mês ela estava dando aulas online, ela é professora, e agora tudo mudou", diz emocionada a irmã da paciente, Regina Maria Gonçalves.

Depois de quase um mês de internação, dona Rogéria teve uma melhora. Sempre muito consciente, disse que queria ir para casa, comer as comidas que gostava e ver a família. Já em casa, sofreu um segundo AVC e precisou retornar ao HGG, desta vez sem a consciência de antes. Como já é uma velha conhecida da equipe médica da unidade, todos se preocuparam com o agravamento de seu quadro de saúde. Atentos a cada pequeno gesto de evolução em seu prognóstico, uma das médicas, que é residente da geriatria do hospital, se lembrou que dona Rogéria comentava que ama MPB.

"Aqui no hospital nós temos uma relação íntima com os pacientes. Nós conversamos, eles nos contam sobre a vida deles, sobre o que gostam de fazer, de comer… E quando a dona Rogéria retornou com um segundo AVC, já sem conseguir falar, pensamos em uma forma de homenageá-la, porque aprendemos muito com ela durante esse tempo em que está aqui conosco. Como desde criança eu e meu irmão cantamos, resolvi convidá-lo para fazer o dia dela mais feliz. E nós conseguimos, foi uma grande surpresa vê-la respondendo ao estímulo musical, balançando a perna no ritmo da música… Isso não tem preço, essa é a nossa missão", comenta a médica residente Luhan Chaveiro, que cantou na companhia do irmão, o advogado Tarihan Chaveiro.

Atendimento humanizado
Única unidade de saúde do Estado de Goiás a contar com um Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo, o Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG oferece toda a estrutura assistencial que doentes crônicos, em progressão ou sem possibilidade de cura necessitam para que tenham maior conforto. O objetivo é oferecer, tanto aos pacientes quanto aos familiares, um alívio do sofrimento causado pela doença.

"Nossa missão é oportunizar aos pacientes e familiares um pouco de dignidade nesse momento tão triste e de dor. Precisamos oferecer escuta às pessoas que estão na reta final, permitir que elas possam expressar as suas necessidades e vontades. Nosso principal objetivo é trazer de volta o ser humano, olhar para esse paciente como uma pessoa que tem sonhos e que tem vida, não apenas como um doente. Por isso, nos princípios do cuidado paliativo nos atentamos tanto à biografia do paciente, como no caso da dona Rogéria, que tem em sua história a MPB, que pudemos levar até ela hoje", destaca a médica coordenadora do NAPP do HGG, Ana Maria Porto Carvas.

Os cuidados paliativos foram definidos pela Organização Mundial de Saúde em 1990, e recomendados para todos os países como parte da assistência integral ao ser humano. O NAPP do HGG foi criado como parte da ciência de humanização para amenizar o sofrimento. A equipe multiprofissional oferece conforto, dignidade e qualidade de vida aos pacientes e familiares que estão diante de uma doença grave que ameaça a vida.

Assessoria de Comunicação do HGG (texto e foto)/Idtech

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