Materno Infantil realiza múltipla captação de órgãos

Coração, fígado, rins e córneas da doadora irão ajudar até seis pessoas que aguardam na fila de transplantes

Neste domingo, 03, o Hospital Estadual Materno Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), realizou uma captação múltipla de órgãos. Além de dois rins, fígado e duas córneas, a Instituição captou, pela primeira vez, um coração. Equipes do HMI, da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO), do Hospital Brasília, do Distrito Federal, e do Hospital Israelita Albert Einsten, de São Paulo, trabalharam juntas na captação.

A doadora, de 24 anos, já tinha dado à luz e, após complicações, deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) materna do HMI. No local foram seguidos todos os protocolos que confirmaram a morte encefálica. A família decidiu pela doação de todos os órgãos, ato que pode retirar até seis pessoas da fila de transplantes. Os receptores  foram identificados de acordo com os dados registrados em um cadastro nacional. O suporte para transporte foi realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

“Deixamos os familiares cientes do processo e coube a eles tomarem a decisão de beneficiar outras pessoas. Como nesse caso foi doação de múltiplos órgãos, a solidariedade da família vai ajudar outras seis pessoas, outras seis famílias”, explicou a enfermeira e coordenadora da Comissão de Transplante de Órgãos do HMI, Lívia Roberta Conceição. Por ser um procedimento complexo e que envolve uma logística muito grande, as equipes precisam estar alinhadas para que a captação dos órgãos seja efetiva.,

Equipe

O cirurgião cardíaco Ernesto Frank Cisneros e equipe vieram de São Paulo para conduzir a captação do coração. Ele explicou que a pessoa que aguarda o órgão precisa recebê-lo em cerca de até quatro horas. “O tempo para fazer todo o trabalho é curto. Analisamos as condições do doador e, se for compatível, acionamos a equipe para dar andamento no preparo da pessoa que será transplantada. Nesse caso o paciente já está no hospital e aguarda na UTI”, esclareceu o médico.

Já o médico Luiz Gustavo Diaz e equipe se deslocaram de Brasília para captar o fígado da doadora. O profissional contou que receberam a chamada da Central Nacional de Transplantes notificando que havia possibilidade da captação de órgãos em Goiânia. “Seguindo todos os protocolos de preservação e transportes o fígado tem até 12 horas para ser transplantado. A pessoa que aguarda o órgão já está no hospital esperando a nossa avaliação e confirmação se o transplante será realizado”, explicou.

Dados  

O ato de doar órgãos é fundamental para salvar vidas de pacientes que estão na fila e vivem com restrições por conta das doenças. “A doação é a esperança de muitos para recuperação da qualidade de vida”, destacou Lívia Roberta Conceição, do HMI. Segundo balanço da Central de Transplantes de Goiás, a quantidade de órgãos captados no Estado saltou 30% nos dois últimos anos. Foram de 206, em 2017, para 271 no ano passado.

Os números mais recentes da CNCDO-GO apontam que em 2015 foram registradas 245 notificações para diagnóstico de morte encefálica. Já em 2018 esse dado cresceu para 391. Além desse aumento, mais de 30 hospitais notificaram sobre a possibilidade de pacientes em morte encefálica. A rede própria de hospitais do Estado tornou-se referência na realização de protocolos para esse tipo de diagnóstico.

Além do Materno Infantil, o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) também realizou captação de órgãos no domingo, 03. No local foram captados fígado, que foi para São Paulo, rins e córneas, que ficaram em Goiás.

Clique AQUI e confira mais informações sobre o assunto no site da SES-GO.

Pedro Ferreira, da Comunicação Setorial

Foto: Sabba Nogueira

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