“Live” debate qualidade de vida da pessoa com doença renal crônica

Encontro virtual promovido pelo Governo de Goiás compôs uma das atividades em alusão ao Dia Mundial do Rim. Trabalho do Estado é o de proporcionar serviço de terapia renal substitutiva cada vez mais próximo ao paciente

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), realizou na quinta-feira (11/03), o encontro virtual Vivendo bem com doença renal. O evento constituiu uma das atividades alusivas à celebração do Dia Mundial do Rim, instituído pela Sociedade Internacional de Nefrologia e pela Federação Internacional de Fundações do Rim. O propósito do encontro foi discutir as questões relacionadas à prevenção, às formas de tratamento e a possibilidade de qualidade de vida das pessoas que vivem com a doença renal. 

Em todo o País, conforme dados do Ministério da Saúde, cerca de 140 mil pessoas têm doença renal. Os levantamentos da SES-GO revelam que, atualmente, cerca de 4 mil pacientes em tratamento de hemodiálise residem no Estado e são atendidos nos 37 serviços localizados no território goiano, a maioria na Região Metropolitana de Goiânia. Ao iniciar o debate online, o superintendente de Atenção Integral à Saúde de Goiás, Sandro Rodrigues, destacou que o governo estadual tem se preocupado em promover o avanço dos serviços de terapia renal substitutiva, sobretudo no contexto atual, devido ao aumento e agravamento dos casos de doenças renais em consequência da Covid-19. 

Sandro Rodrigues informou que uma das metas da SES-GO é promover o tratamento da doença renal mais próximo do domicílio dos goianos. Ele informou que a Policlínica de Posse tem proporcionado esse tipo de serviço aos moradores dos 31 municípios que integram a Macrorregião Nordeste de Goiás. O serviço de Terapia Renal Substitutiva (TRS), conforme disse, também será estruturado nas Policlínicas de Goianésia e Quirinópolis, garantindo a assistência mais célere à população e a atenuação do desgaste causado pelas viagens frequentes para a realização do tratamento em municípios distantes dos locais de residência dos pacientes. 

A live foi mediada pela coordenadora de Hemodiálise da Superintendência de Atenção Integral à Saúde da SES-GO, Hélia Alves. Um dos expositores, o médico Edison Souza, professor adjunto de Nefrologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, destacou a importância do diagnóstico o mais cedo possível para a prevenção dos casos graves de doença renal. Ele defendeu a dosagem precoce da creatinina como forma de assegurar o tratamento imediato para evitar a evolução da nefropatia e a necessidade de uso da TRS e do transplante renal. 

Equipe multiprofissional
A professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edna Regina Silva Pereira, informou que no Brasil a hipertensão arterial é o fator da maioria dos casos de doença renal crônica. A enfermidade, conforme a médica, afeta cerca de 10% da população brasileira que, em função disso, tem de recorrer aos tratamentos indicados para o problema. Edna Regina pontuou que a realização do transplante renal constitui o método com melhor prognóstico para o paciente renal e lhe garante melhor qualidade de vida. 

Portadora de doença renal desde o nascimento, a scraper e blogueira Luciana Cintra Sielskis, uma das convidadas para exposição na live, enfatizou que a realização das sessões de hemodiálise não representa um fim. Ela destacou a importância de as pessoas que enfrentam a enfermidade buscarem alternativas para assegurar a qualidade de vida. “Não deixem nada definir você, principalmente uma doença”, frisou Luciana. 

Para a professora da Faculdade de Enfermagem da UFG, Nara Rúbia de Freitas, a atuação de uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas, entre outros profissionais, é fundamental para promover a adesão ao tratamento do paciente. Ela informou que a doença renal afeta, na maioria das vezes, pessoas que têm entre 45 e 64 anos. Disse, ainda, que cerca de 35% dos casos são em pessoas com mais de 65 anos. Do total de pacientes, 93% realizam hemodiálise e 7%, diálise peritoneal.
 
Transplante
A pandemia pelo coronavírus ocasionou a diminuição de cerca de 9% dos transplantes renais em Goiás. Em sua exposição, a gerente de Transplantes da SES-GO, Katiuscia Freitas, informou que a quantidade de transplantes renais caiu de 221, em 2019, para 199, no ano passado. Apesar disso, o Estado continua em quinto lugar na realização dos transplantes de rim no País. Katiuscia assinalou, ainda, que aproximadamente 30% das pessoas que fazem hemodiálise em Goiás podem ser beneficiadas com o transplante, o que lhes pode assegurar melhor qualidade de vida. 

A última participação no debate virtual foi feita pelo vice-presidente da Federação Nacional das Associações dos Pacientes Renais e Transplantados do Brasil (Fenapar), Renato de Jesus Padilha. Em seu pronunciamento, ele informou que recebeu o rim da própria irmã, que teve 100% de compatibilidade. “Em sete dias eu voltei para casa e em 30 dias já estava trabalhando”, relatou. Ele enfatizou a importância do apoio da família e do tratamento psicológico para a superação das questões emocionais relacionadas à doença renal. Após a realização do transplante, Renato Padilha fez diferentes cursos, ingressou-se em entidades civis, como a Fenapar, ministrou aulas e participou de palestras no Brasil e no exterior sobre a luta e o drama vivenciados por pessoas que vivem com doença renal crônica.

A live está disponível para acesso público na página do www.facebook.com/saudegoias. Para ver ou rever o evento CLIQUE AQUI. (Abre nova janela)

Maria José Silva, da Comunicação Setorial

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo