Influenza é tema de simpósio realizado em Goiânia

Encontro propiciou atualização de profissionais sobre o vírus influenza, que sofre mutação anualmente e requer atenção para produção de vacinas

Mais de cem profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e estudantes, participaram do Simpósio de Atualização sobre Influenza, realizado pela Gerência de Imunização e Rede de Frio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), nesta quarta-feira, 24, no auditório do K Hotel, em Goiânia.

O encontrou começou com a palestra sobre epidemiologia da influenza e a importância da cepa B, presente nas vacinas que são usadas para imunizar as pessoas contra a gripe no Brasil. A médica infectologista da Universidade Federal de São Paulo Nancy Bellei falou da importância da tecnologia utilizada na fabricação das vacinas, que a cada ano são reestruturadas. “O vírus evolui e precisamos atualizar a vacina anualmente. A mutação viral nos força a investir em tecnologia para produção das vacinas”, esclareceu.

Sobre as particularidades da influenza na população pediátrica, o médico Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, explicou a importância da vacinação no público infantil, um dos mais afetados pela influenza. Segundo ele, anualmente, entre 20% e 30% das crianças abaixo de 6 anos de idade são acometidas pela doença, e as taxas de infecção são mais elevadas para esse público.

Grupo de risco

“As crianças são um grupo de risco principalmente pela imaturidade do sistema imunológico, o que acarreta maiores sintomas e agravos durante a ação do vírus no organismo dos pequenos”, pontuou Kfouri. O médico lembrou que, a cada ano, aproximadamente 870 mil crianças de até 6 anos são hospitalizadas no mundo devido à influenza.

Somente em 2018, foram notificados em Goiás 481 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza, e, segundo o médico Antônio Aurélio Fagundes, é fundamental a conscientização dos diversos profissionais de saúde na orientação dos pacientes quanto à imunização. Fagundes é cardiologista e ressalta que é raro a indicação para a vacina por algumas especialidades médicas.

Para ele, é importante que o médico assistente, aquele que acompanha diretamente os pacientes, perceba a necessidade de orientá-los à vacinação, pois a possibilidade de uma infecção pelo vírus influenza nessas pessoas pode evoluir para algo mais grave. “Para pacientes diabéticos, cardiopatas e com outras doenças crônicas, é indispensável que o médico indique e oriente a imunização não só contra a gripe, mas uma atualização completa do cartão de vacina, que pode evitar complicações sérias, já que os organismos desses pacientes já são debilitados”, afirmou. Fagundes disse ainda que todas as especialidades médicas têm uma visão holística do paciente e conseguem diagnosticar a necessidade de indicar a vacinação.

Campanha de vacinação

A campanha de vacinação deste ano, em curso desde o dia 10, está com baixa cobertura vacinal, segundo dados do boletim epidemiológico divulgado pela Gerência de Imunização e Rede de Frio da SES-GO. A gerente Clarice Carvalho frisou aos profissionais de saúde que participaram do simpósio o papel que devem desempenhar em suas unidades de saúde, para conscientizar a população prioritária para a vacinação. “Os profissionais de saúde são formadores de opinião e têm o papel de conscientizar a população para a vacinação”, destacou.

Em 2018, a cobertura vacinal chegou a 107% em Goiás, superando a expectativa estipulada pelo Ministério da Saúde (MS). Para 2019, o MS enviou 1.976.900 doses, das quais 60% já foram distribuídos aos 246 municípios do Estado. “Temos vacina para todas as pessoas dos grupos prioritários, e o momento confortável, sem muitos casos da doença e sem óbitos registrados, está afastando as pessoas das salas de vacina”, disse Clarice Carvalho.

Felipe Cordeiro (texto) e Erus Jhenner (fotos), da Comunicação Setorial

 

 

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo