Hugol incentiva o aleitamento materno por meio de acompanhamento com fonoaudiólogas

Equipe multiprofissional da unidade adota uma série de cuidados e boas práticas para promover a humanização e reforçar o contato entre mãe e filho

Rikelly e sua filha Manuella no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira

O Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) adota uma série de cuidados e boas práticas para promover e incentivar o aleitamento materno na unidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo,  até os 6 meses, e de forma complementar até os 2 anos ou mais, com o objetivo de fortalecer a imunidade, prevenir doenças e estreitar os laços entre mãe e bebê. Nesse sentido, a OMS instituiu o Agosto Dourado, já que esta cor destaca o padrão ouro de qualidade do leite materno.

Segundo Alessandra de Melo, Gerente da Equipe Multiprofissional do hospital, são diversos os benefícios que a amamentação pode proporcionar ao bebê. “Quando se fala em aleitamento materno, logo se pensa no vínculo entre a mãe e o bebê, mas a amamentação vai muito além. Ela protege o recém-nascido contra infecções respiratórias, diarreias e alergias, além de favorecer o desenvolvimento neuropsicomotor”, explicou.

Alessandra reforça ainda a importância de uma equipe multidisciplinar para que os pacientes da instituição sejam atendidos da forma mais completa possível. “Se a criança chega aqui no Hugol e está em período de aleitamento materno, a equipe de fonoaudiologia vai acompanhar a mãe e o bebê para não perder a oportunidade de continuar esse aleitamento materno dentro da unidade. Por isso, o trabalho dessa equipe é tão importante”, salientou.

Atendimento humanizado
O atendimento humanizado no hospital é essencial no processo de amamentação e aleitamento materno. No Hugol, as mães podem ficar com os bebês, tanto nas enfermarias quanto nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Para Rikelly Santos, mãe da Manuella Santos, a possibilidade de ficar com a filha no hospital, foi um diferencial. “Quando a Manu nasceu e eu soube que ela precisaria ficar numa UTI, meu medo era de não conseguir ficar o tempo todo com ela. E no Hugol, ao saber desse atendimento humanizado, que a mãe pode ficar 24 horas com o bebê, foi um alívio para mim”, disse.

A bebê Manuella, hoje com dois meses e meio, nasceu com uma cardiopatia rara e, com apenas 2 dias de vida, já realizava sua primeira cirurgia no Hugol. Por conta do caso clínico delicado, a recém-nascida precisou utilizar sonda, o que impossibilitou a amamentação nos primeiros dias. “Eu sempre criei aquela expectativa de poder amamentar minha filha, sempre tive esse sonho. Só que por conta do diagnóstico dela, eu não puder amamentar. Então, a fonoaudióloga me ensinou a fazer a ordenha do leite para colocar na sonda da Manu. Foi uma emoção muito grande para mim, porque o leite materno faz toda diferença para os bebês”, contou Rikelly.

A mãe da Manuella contou ainda a experiência de ser acompanhada de perto por uma fonoaudióloga. “A profissional sempre estava presente, ia na UTI todos os dias, me ajuda com dicas, posições e os cuidados que eu precisava ter com a Manu. Às vezes a gente acha que pelo fato de ser mãe já está preparada para amamentar, mas não é tão simples assim. Se não fosse a Maria Luiza e as demais profissionais que passaram pela UTI, eu não teria conseguido. Então, ter uma equipe para me acompanhar fez toda a diferença”, explicou.

Importância do aleitamento materno
Maria Luiza Paiva é fonoaudióloga há 23 anos e está no Hugol desde a inauguração da unidade. Ela explica que auxilia diversas mães no posicionamento do recém-nascido e na pega adequada do seio materno, de modo que o bebê consiga realizar o ato de sugar de forma efetiva. “E foi esse o trabalho que fizemos com a Manu, depois que ela saiu da sonda, tentamos manter esse contato dela com a mãe, para aumentar o vínculo entre elas e estimular a produção de leite”, contou.

A mãe da Manu conta ainda sua experiência com a amamentação e como o vínculo de mãe e filha ajudou na recuperação da pequena, que recebeu alta no fim de julho. “Eu percebi o quanto era importante essa nossa conexão e o quanto esse contato dava uma certa força e colaborou muito na recuperação dela, pois eu sentia, de certa forma, uma vontade dela em querer melhorar logo para ficar nos meus braços. Com certeza foi um fator decisivo em sua recuperação”, disse Rikelly.

Para a fonoaudióloga, Maria Luiza, o aleitamento materno é essencial na vida do bebê, mesmo em casos em que não há a amamentação. “Esse contato de mãe e filho é extremamente importante, pois o bebê fica mais calmo, tranquilo e seguro. Vale lembrar que, mesmo que não haja amamentação, esse contato é de extrema importância. Muitas mães se sentem frustradas por não conseguir amamentar e eu sempre digo que o importante é o momento de aconchego com a criança”, explicou.

Texto: Juliana França
Foto: Thauann Sales (Hugol)

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