Hugo utiliza até 800 bolsas de sangue por mês

Algumas cirurgias chegam a usar 20 bolsas de sangue. O Hemocentro levará unidade móvel ao hospital nesta terça-feira

O Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), é o maior consumidor do sangue coletado pelo Hemocentro de Goiás. Por mês, o hospital utiliza de 600 a 800 bolsas, o que significa de 300 a 350 solicitações de pacientes. E esse número já foi maior, entre 900 e 1,2 mil bolsas mensais.

A redução foi possível com um projeto de uso racional do sangue, que orienta médicos e promove educação continuada com os residentes, fazendo com que os pedidos por sangue e hemocomponentes sejam avaliados com mais cautela, e as transfusões, realizadas apenas em casos realmente indispensáveis. A iniciativa é da Agência Transfusional do Hugo, sob a responsabilidade da médica hematologista Renata Zanzone Marra.

As bolsas de sangue destinadas ao Hugo são usadas em cirurgias e pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e enfermarias. Há casos de cirurgias que utilizam até 20 bolsas de sangue, segundo a biomédica e supervisora da Agência Transfusional, Daniella Fernanda Borges. Na UTI, pacientes debilitados e com quadros como anemia, cardiopata, renal crônico ou neurológico são os principais receptores.

A biomédica Daniella Borges explica que o tipo “O negativo” (O-), por ser doador universal, é de grande necessidade para o hospital, especialmente pelo perfil do atendimento. “Pacientes politraumatizados, de extrema urgência, muitas vezes não podem esperar por um teste de tipagem sanguínea e, nesses casos, utilizamos o O-”, detalha a técnica, revelando que geralmente tem de uma a três bolsas do tipo O- na geladeira, quando o ideal seriam 15 bolsas.

Quando o Hemocentro não consegue atender todas as solicitações, o Hugo recorre aos bancos de sangue particulares, com empréstimos ou doações. A supervisora da Agência Transfusional acredita que a reposição de bolsas por acompanhantes e familiares de pacientes do Hugo é pequena porque aproximadamente 70% dos pacientes do hospital são do interior.

“Consigo repor apenas 50, 45 bolsas de sangue por mês. Às vezes, somente 20. Quanto mais divulgação o Hemocentro fizer, destacando a utilidade do sangue para salvar vidas, e ações que levem o ônibus para diversos lugares, melhor será”, avalia Daniella Borges. Nesta terça-feira, 7, a unidade móvel estará no pátio do Hugo para coletar sangue de doadores. A biomédica acrescenta que os períodos mais críticos são os de férias e feriados, como o carnaval, quando há menos doações e mais atendimento de vítimas de acidentes.

Daniela Becker (texto) e Erus Jhenner (fotos), da Comunicação Setorial

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