Hugo oferece “o que é importante” para paciente

Internado há 58 dias na unidade do Governo de Goiás, após sofrer acidente de trânsito, Jonhnatanh Cabral toma sol, corta cabelo e saboreia açaí

Internado no Hugo, Johnatanh tem o cabelo cortado, por barbeiro voluntário, após tomar sol e saborear açaí

A manhã desta segunda-feira, 10, foi marcada por momento especial no Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo). A equipe multiprofissional da unidade do Governo de Goiás na região noroeste da capital realizou mais uma ação do projeto “O que importa para você?”. O paciente Jonhnatanh Cabral Silva, de 22 anos, que está internado há 58 dias, pôde realizar seus desejos de tomar sol, cortar o cabelo e saborear um açaí. 

A campanha "O que importa para você?" é uma ação que tem o propósito de estimular conversas mais significativas entre profissionais de saúde e pacientes, criando um elo de compaixão e empatia entre eles. É atender de forma humanizada e aprimorar o cuidado de saúde e assistência social, com base no que realmente importa para o paciente. O projeto nasceu da ação internacional da organização Healthcare Improvement Scotland. 

A fim de desenvolver um melhor entendimento das necessidades que realmente importam na vida das pessoas, o Hugo a aderiu à campanha “O que importa para você?”. “O Hugo é engajado neste movimento que promove a empatia no cuidado centrado no paciente associando a assistência segura com desfechos favoráveis na experiência do paciente. O Hospital reforça essa ação, engajando o profissional da saúde a se colocar no lugar do outro e a entender o que é mais importante para a pessoa que está internada. A experiência permite atender de forma humanizada, estreita os laços de confiança e ajuda no enfrentamento do quadro clínico”, explica Janine de Paula, gerente assistencial da unidade.

Para proporcionar este momento ao paciente, a equipe multiprofissional da unidade se mobilizou para garantir segurança e conforto a Jonhnatanh no instante em que ele se ausentou do leito. "Para realizar a ação, nós mobilizamos uma grande equipe. Essas ações são acompanhadas bem de perto”, relata a coordenadora multiprofissional, Letícia Vieira. 

Barbeiro voluntário
Ao ser perguntado para o paciente “O que importa para você?”, ele revelou o desejo de tomar sol e comer açaí. De acordo Letícia Vieira, a psicóloga que acompanha Jonhnatanh percebeu que ele também queria cortar o cabelo. “Aqui nós trabalhamos em conjunto. A psicologia está trabalhando com ele um rebaixamento emocional por causa do cabelo, que cresceu muito, e ele está com a autoestima baixa. Pensando nisso, a psicóloga conseguiu um barbeiro voluntário para cortar o cabelo do paciente. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) autorizou esta ação, desde que fossem tomadas medidas necessárias para que todos estivessem protegidos e pudessem atender o desejo do paciente”, revela. 

Jonhnatanh deu entrada no Hugo no dia 17 de junho, vítima de um acidente trânsito. Ele passou por cirurgia e, durante esse período, ficou internado na clínica ortopédica.  Para tornar o momento ainda mais especial, o paciente recebeu a vista do pai, Luiz da Conceição Silva, que aprovou a ação. “Fiquei muito feliz que o hospital organizou este momento para ele. A pessoa ficar muito tempo internada não é fácil”, relatou. 

A ação humanizada realizada para o Jonhnatanh teve como trilha sonora músicas sertanejas escolhidas pelo paciente. Para Letícia Vieira, essas ações humanas são importantes para os pacientes e para a equipe. “Em meio a tanto sofrimento, esperas angustiantes de decisões médicas e protocolos de enfermagem, o paciente tem que ter um prazer. Essa é uma maneira de levar prazer para que ele fique emocionalmente equilibrado para aguentar, de maneira mais tranquila e equilibrada, a internação. Para a equipe de saúde é importante para estabelecer vínculo e para ela saber que quem é o centro do hospital é o paciente. A equipe se envolve e quer fazer isso pelo paciente”, explica a coordenadora. 

No Hugo, a ação contempla todos os pacientes internados nas enfermarias e UTIs.

Julianna Adornelas (texto e foto)/INTS

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