HRF realiza mais de 500 partos e garante acolhimento psicológico às mamães
Unidade do Governo de Goiás em Formosa, no Entorno do Distrito Federal, utiliza psicólogas para atender as pacientes em período de puerpério
Ter um bebê é um dos momentos mais alegres e esperados na vida da maioria das mulheres. Entretanto, para algumas mães, a maternidade pode causar oscilação de humor, dificuldade de lidar com sentimentos como a ansiedade, tristeza e medo. A insegurança e a incapacidade de tomar decisões são outras características comuns na fase pós-parto e deixam muitas mães vulneráveis.
Desde que o Hospital Regional de Formosa, unidade do Governo de Goiás no Entorno do Distrito Federal, passou a ser administrado pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), 534 partos foram realizados. Desses, 327 cirurgias foram feitas para parto natural e 207 para partos cirúrgicos (cesariana) e, de acordo com a necessidade de cada mãe, o hospital garantiu o acompanhamento psicológico para cada uma das mães.
“Hoje o HRF conta com 21 leitos, sendo 3 para pré-parto e 18 para o pós-parto. Chegar a 534 partos representa a confiança da população no atendimento humanizado que vem sendo desempenhado no HRF”, afirmou Vânia Fernandes, diretora da unidade.
Mães acolhidas
Pensando no quadro clínico psicológico das puérperas, a equipe de psicologia do Hospital Regional de Formosa, representada pela profissional Sayonara de Cassia G. Batista, oferece às mães um serviço de acolhimento clínico no leito. Para a psicóloga, o “paciente é um ser “psico”, “bio”, “social” e “espiritual” que necessita de acolhimento contínuo”.
Nesse contexto de carinho, empatia e ouvidos atentos às necessidades de cada paciente, a psicóloga Sayonara visita diariamente os leitos das parturientes que deram à luz no HRF. Sua abordagem atenciosa consiste em diagnosticar traços de confusão, medo e dificuldade de distinguir prioridades enquanto se recuperam dos partos.
“O que eu faço com as puérperas é praticar a escuta empática e o acolhimento psicológico. O objetivo é prevenir distúrbios, transtornos psíquicos e, consequentemente, melhorar a relação delas com o mundo pós-parto”, explicou a psicóloga.
Essa atmosfera de carinho e respeito criada pelas visitas da psicóloga foi determinante para fazer Andressa Loiuse de Deus Mateus sentir-se segura nos seus primeiros passos como mãe. Ela explica que ter o acompanhamento psicológico durante o puerpério foi um “alívio enorme”.
“Achei muito importante o acompanhamento profissional de uma psicóloga, porque ela me ajudou a tomar decisões melhores, a controlar as alegrias, as tristezas, o medo e a ansiedade”, revelou Andressa.
Apoio aos pais
O trabalho que os profissionais do HRF realizam em situações de fragilidade emocional é indispensável. Segundo estudos realizados pela Ensp/Fiocruz, no Brasil, a depressão pós-parto ou outros distúrbios psicológicos é mais comum do que se imagina. Em cada quatro mulheres, mais de uma apresenta os sintomas relacionados à depressão no período de seis a 18 meses após o nascimento do bebê.
Contudo, as prováveis causas podem variar de acordo com o histórico de cada parturiente. Algumas podem sentir-se cansadas após longas horas em trabalho de parto, outras, reclamarem cansaço e ausência de sono, enquanto boa parte dessas mulheres podem se sentir inseguras com as novas rotinas ou, ainda, lidarem com o luto gestacional.
Mas as mulheres não são exclusividade nesse cenário de vulnerabilidade afetiva. No HRF, em alguns casos, o pai do bebê também recebe o mesmo acolhimento psicológico, uma vez que a sensação de impotência diante dessa nova realidade pode acometê-los subitamente. “Muitos pais entram em depressão por não saber lidar com esse momento e ter uma palavra de conforto da psicóloga é muito bom”, disse Wellington Fernandes Couto, marido de Maria de Fátima Pereira Bastos, que deu à luz no HRF.
Dario Vasconcelos (texto e fotos)/Imed