HGG retoma realização de transplante renal intervivos

Procedimento, que envolve mãe e filha, é o primeiro a ser realizado na unidade do Governo de Goiás após a pandemia da Covid-19

Profissionais da unidade do Governo de Goiás realizam transplante de rim doado de mãe para filha

Um ato de amor e carinho marcou, nesta terça-feira (26/10), o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi – HGG. Mãe e filha passaram pelo centro cirúrgico da unidade do Governo de Goiás para a realização de um transplante de rins na modalidade intervivos – quando o doador é um paciente com maioridade, geralmente parente do receptor. Nesse caso, a mãe passou um de seus órgãos para a filha. Essa modalidade de transplante estava suspensa desde o ano passado, por causa da pandemia do coronavírus. Já o procedimento com doador cadáver continuou a ser realizado.

Antes da cirurgia, Flaviane Rodrigues de Almeida, de 40 anos, afirmou estar ansiosa pela realização do transplante, mas ao mesmo tempo feliz. "Fizemos uma série de exames e fomos compatíveis. Milha filha tem uma doença renal crônica desde os 10 anos. Me sinto muito importante por estar aqui neste momento. Doem vida, doem amor", incentiva a doadora.

A filha de 22 anos, Lorena Rodrigues de Oliveira, comentou que hoje é um dia muito importante para ela. "O rim da minha mãe será colocado em mim. Realmente ela está me dando a vida novamente. Estou muito feliz com essa oportunidade. Ter minha mãe como doadora viva me deu essa nova oportunidade de vida. Tenho certeza que dará tudo certo e logo estarei transplantada e estaremos juntas e bem", enfatiza a paciente.

O médico urologista Theo Rodrigues Costa, integrante da equipe desse transplante, explica que o procedimento vai melhorar a qualidade de vida de Lorena, que já fazia hemodiálise há dois anos. "O órgão será retirado da mãe por meio de uma videolaparoscopia, sem prejuízo a longo prazo, e ela vai ter uma vida normal, mesmo com apenas um rim", aponta o médico.

Theo acredita que é necessário estimular ainda mais doação intervivos. “Embora a doação cadáver seja preferencial, ainda há um déficit muito grande de pacientes que necessitam de transplante renal e realizam hemodiálise semanalmente". O médico ainda afirma que, após o procedimento, Flaviane terá alta hospitalar em até dois dias, e a filha dela, Lorena, em até sete dias. "Esperamos que com este transplante a paciente saia da hemodiálise e estabilize sua função renal", prevê o médico.

Serviço de transplante 
O HGG é referência também no Serviço de Transplante Renal. Implantado em 2017, a unidade de saúde já realizou 572 procedimentos, dos quais 534 com doador cadáver e 38 intervivos, tornando-se o maior hospital transplantador de rim do Centro-Oeste brasileiro. Os números também colocam Goiás como décimo Estado nesse tipo de procedimento no País, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

Flávia Rocha (texto e foto)/Idtech

 

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