Governo de Goiás cria sala de situação para discutir estratégias de combate ao ‘Aedes Aegypti’
Grupo formado pela SES, Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros vai se reunir semanalmente para traçar estratégias contra o mosquito no período chuvoso, que deve se intensificar entre janeiro e março, período de alerta contra arboviroses
O Governo de Goiás implantou, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a sala de situação para arboviroses. O objetivo é unir esforços para traçar estratégias de combate ao mosquito Aedes Aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya, durante o período chuvoso, que deve se intensificar já no final do mês de dezembro.
Além de representantes de diversas áreas da pasta, como as Superintendências de Vigilância em Saúde (Suvisa), de Política de Atenção Integral à Saúde (Spais) e Regulação, também integram o grupo de trabalho equipes da Defesa Civil Estadual, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO).
“Nós estamos num momento de alerta para arboviroses, principalmente dengue e chikungunya, com várias entidades já alertando sobre a possibilidade de aumento de casos devido ao El Niño, devido a circulação dos sorotipos 3 e 4 em alguns estados do país”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim. “Então é uma equipe de profissionais que tem como finalidade monitorar e também desencadear ou divulgar ações que são mais oportunas em relação ao controle dessas doenças”, pontuou.
A sala de situação trabalha com reuniões semanais para elencar os municípios prioritários, onde deverão ser reforçadas as ações de combate ao vetor. “Esses municípios terão uma atenção maior por parte da SES, principalmente no que se refere ao controle do Aedes aegypti, o monitoramento dos casos, vigilância laboratorial e assistência”, acrescenta.
O objetivo é ainda intensificar a testagem para as arboviroses no Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) para garantir melhor panorama das doenças no estado e preparar as equipes de saúde para as ações necessárias. Um dos municípios identificados foi Águas Lindas.
A SES, que já realiza capacitações com os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) das secretarias municipais de saúde, irá intensificar o trabalho a partir de janeiro, com orientações sobre o manejo clínico adequado e a devida condução dos casos de dengue, para evitar o agravamento do quadro e a possibilidade de evolução para óbito.
Aliado a essas ações, o Governo Estadual iniciou campanha publicitária de conscientização, em todas as plataformas (TV, rádio e internet), sobre a necessidade de participação popular no combate ao mosquito.
Capacitações
Além do monitoramento e capacitações em vários municípios, a SES-GO realizou capacitação em ações de controle químico, nos dias 11 e 12 de dezembro, nos municípios da Regional Entorno Sul, incluindo a equipe de Águas Lindas de Goiás.
Também foram deslocadas duas equipes com quatro técnicos e equipamentos de nebulização UBV veicular da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) para realização de quatro ciclos de bloqueio químico no município, que começou no último dia 18 de dezembro e vai até 13 de janeiro. Um mecânico da Suvisa também foi enviado para instalação de equipamento de nebulização UBV veicular, adquirida por Águas Lindas, para reforço das ações de controle químico.
Uma equipe, composta por dez técnicos da Suvisa, foi enviada para realização das ações de manejo ambiental, para identificação e eliminação de criadouros em Águas Lindas de Goiás, com dois veículos tipo van para transporte das equipes de Regional Entorno Sul e do município para as atividades de manejo ambiental.
A coleta de amostras para isolamento viral será intensificada nos municípios prioritários e Águas Lindas terá apoio da Defesa Civil com a utilização de drones e outras estratégias para identificação de áreas com focos de mosquitos, sobretudo em regiões de difícil acesso.
Em relação à assistência, a SES-GO também vai orientar os municípios na organização de espaços estratégicos e alternativos para atendimento, estabelecendo um fluxo bem definido para regular os casos graves.
Unidades como Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol), Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária (HDS) e Hospital Estadual de Jaraguá Dr. Sandino de Amorim (Heja) serão organizados para retaguarda de internação para dengue, deixando o HDT para os casos mais graves e complexos, além da disponibilização de uma equipe de telemedicina para apoiar os médicos das equipes de assistência.
Os dados da regulação, como solicitação de vagas com códigos relacionados a arboviroses, serão utilizados como indicadores e acompanhados diariamente, redirecionando as políticas como o envio de insumos e medicamento para municípios que mudarem sua categorização de risco.
Cenário das arboviroses
Em 2023, Goiás já registrou, 65.293 casos de dengue e 38 óbitos pela doença. Já com relação à chikungunya foram 2.131 confirmações e 7 mortes. Para zika foram 29 casos confirmados e nenhum óbito registrado. No caso da dengue, a maioria dos registros mostra a maior circulação do sorotipo 1. Ainda não há registro do tipo sorotipo 3 no Estado este ano.
Aline Rodrigues (texto e foto)/Comunicação Setorial