Governo de Goiás alerta sobre importância da prevenção à doença de Chagas

Realização de exames é fundamental para identificar doença, que registra média de 689 mortes por ano no Estado. SES é responsável por apoio técnico e financeiro aos municípios

Barbeiro é o transmissor do Tripanossoma cruzi, causador da doença de Chagas

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), desenvolve ações para controlar a doença de Chagas, uma das doenças com maior carga de mortalidade no país e sem vacina. O número de óbitos no estado vem diminuindo ao longo dos anos, mas ainda é considerado alto, com média de 689 mortes – este ano, já são 236. Estima-se que entre 200 mil e 300 mil pessoas tenham a enfermidade em Goiás e de 1,9 milhão a 4,6 milhões, no Brasil.

A principal forma de transmissão da doença, por décadas, foi a vetorial, causada pelo inseto barbeiro. Atualmente, a maioria dos casos são crônicos, ou seja, de pessoas que já têm a doença há anos, mas descobrem o diagnóstico tardiamente.

Devem realizar exame para Chagas moradores da zona rural que tiveram contato com o barbeiro ou que têm familiares com a doença; pessoas com batimento cardíaco acelerado e dificuldade para engolir alimentos e que tenham intestino preso. Há, ainda, as transmissões orais (por alimentos), vertical (mãe para filho), acidentes laboratoriais, por transplante de órgãos e transfusões sanguíneas.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, explica que a doença de Chagas não é uma doença superada, como algumas pessoas pensam. “A Chagas ainda acomete muitas pessoas e por isso a SES desenvolve ações prioritárias para o controle do vetor e alerta a população para a importância do diagnóstico”.

Importância da informação
A biomédicoa e técnica da responsável pelo programa da doença de chagas da SES-GO, Liliane da Rocha Siriano, fala da importância da informação nesse cenário. “Um requisito imprescindível para um Brasil sem a doença de Chagas é a informação. A partir dela, a pessoa acometida poderá buscar orientações para diagnóstico e tratamento, tornando-se o protagonista da sua vida e saúde, assegurando assim o acesso à saúde por direito.”

A SES-GO realiza o suporte técnico e financeiro aos municípios, que são responsáveis pelas ações de controle do vetor. A Superintendência de Vigilância em Saúde é responsável pela aquisição, distribuição e manutenção das bombas costais. E também realiza capacitações com os agentes de saúde para ações de controle químico nas residências e de controle ambiental do inseto vetor, cientificamente conhecido como Triatoma infestans.

A secretaria desenvolveu, recentemente, o Sistema de Informação para Controle Vetorial da Doença de Chagas, que atua em perspectiva geoespacial, permitindo que gestores tenham a dimensão real de dados da doença de Chagas em Goiás, como infestação vetorial, perfil sanitário domiciliar e demais informações cadastrais. O sistema é utilizado, em caráter experimental, nos municípios de Edeia, Aloândia, Simolândia, Alvorada do Norte, Iaciara, Buritinópolis e Posse, onde já foram realizadas capacitações com servidores. 

Exame
Em caso de sintomas ou desconfiança de contato com o barbeiro, as pessoas devem buscar atendimento na unidade básica de saúde mais próxima. O diagnóstico da doença é feito por meio de exame de sangue e é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como a medicação.

ÓBITO EM QUEDA, MAS AINDA PREOCUPANTES
ANO        ÓBITOS REGISTRADOS
2018        763
2019        754
2020        664
2021        665
2022        601
2023        236 (até julho)

CUIDADOS NA ZONA RURAL
– Impedir que o barbeiro forme colônias em buracos e frestas das residências
– Tomar medidas de proteção individual, como repelentes e roupas de mangas longas. 
– Ao encontrar o barbeiro em casa, não o mate. Projeta a mão com luva ou saco plástico e coloque o inseto em um recipiente com tampa, para que seja entregue a um agente de saúde.

Riva Kran (texto)/Comunicação Setorial

Foto: Suvisa/SES-GO

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