Goiás oferece vacinas contra meningite na rede pública e reforça importância da imunização

Diante do aumento dos casos em outros Estados, SES-GO faz alerta quanto à baixa cobertura vacinal em Goiás e informa que há cinco tipos de vacina disponíveis nos postos de saúde

Arthur Santana, de 10 anos, é imunizado contra a meningite, no posto de saúde da Vila União

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), reforça a importância da vacinação contra a meningite diante do aumento no número de casos no País. A meningite é um processo inflamatório que atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo gerar sequelas e levar ao óbito. A doença pode ser causada por diferentes agentes, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites bacterianas e virais são as mais preocupantes pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. 

No Brasil, a meningite é considerada endêmica, o que significa que casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias eventuais. Em Goiás, a SES-GO destaca que não há surto da doença. Este ano, foram registrados 108 casos de todas as etiologias de meningite e 17 óbitos. Quanto à doença meningocócica, foram três casos, dois deles evoluíram para óbito. Em 2021, foram 111 casos totais e 10 óbitos. 

“Seguimos reforçando que a vacina é a única forma segura de proteger as crianças. Tomando as doses nos prazos adequados podemos evitar surtos e evitar essa doença e outras que já estão até erradicadas do território brasileiro, como a poliomielite, que causa a paralisia infantil e pode evoluir para o óbito em casos mais graves”, ressalta Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO

Transmissão
A transmissão da meningite bacteriana ocorre de pessoa a pessoa, por via respiratória, por meio de gotículas e secreções das vias aéreas superiores. No caso da meningite viral, além da transmissão respiratória, a transmissão via fecal-oral tem sido observada em alguns casos.

Para a prevenção da doença, a vacinação é considerada a forma mais eficaz e consiste na administração de vacinas que protegem contra meningite. A identificação e tratamento oportuno de casos e o rastreamento de contatos próximos com aplicação as intervenções necessárias também são importantes para evitar a ocorrência de surtos.

De acordo com Flúvia Amorim,  a cobertura em Goiás segue baixa para essa doença, o que preocupa as autoridades. "A cobertura vacinal em crianças com menos de 1 ano está em 74,86%. Já em crianças e adolescentes de 11 a 14 anos, a cobertura da vacina contra a meningite está em 45,90%. Os pais precisam levar as crianças para serem imunizadas. Não podemos correr o risco de ter um surto em Goiás como o que já foi registrado em São Paulo. Até dia 8, estamos em campanha de multivacinação, com mais um Dia D, no próximo sábado”, explica Flúvia. 

Vacinas
Entre as vacinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que fazem parte do Programa Nacional de Imunização, temos: a vacina meningocócica conjugada sorogrupo C, que protege contra a doença meningocócica, causada pelo sorogrupo C; a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), efetiva contra as infecções invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. 

Também são ofertadas a vacina Pentavalente, que protege contra as infecções invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e ainda contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B; a BCG, que evita as formas graves da tuberculose; e a vacina meningocócica ACWY (conjugada), que está disponível na rede pública, para adolescentes de 11 a 14 anos de idade. 

Bloqueio
Outra medida de prevenção e de controle da infecção por meningite é baseada na quimioprofilaxia com antibióticos. O tratamento é indicado somente para os contatos próximos de casos suspeitos de meningite por Haemophilus influenzae tipo B e doença meningocócica, sendo de responsabilidade do município onde ocorreu o caso realizar o bloqueio e orientações a todos os contatos próximos ao doente. 

Muito embora não assegure efeito protetor absoluto e prolongado, a quimioprofilaxia tem sido adotada como uma medida eficaz na prevenção de casos secundários e deve ser realizada o mais precocemente possível. Outras formas de prevenção contra meningite incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos. A notificação da doença é obrigatória por parte dos municípios goianos, que devem investigar os casos e realizar os bloqueios.

Confira nota técnica com todas as informações sobre a meningite neste link 

Isabela Melo (texto) e Marco Monteiro (foto)/Comunicação Setorial

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo