Causador de grande impacto para o poder público, como a necessidade de acompanhamento médico pelo Sistema Único de Saúde, sinistros de trânsito no Estado custaram mais de R$ 70 milhões em 2022

Garantir saúde à população por meio da segurança viária. Esse foi o foco das discussões durante o 7º Fórum Goiano de Mobilidade Urbana e Trânsito, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa). O evento, realizado entre segunda e quarta-feira (04 e 06/12), na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-GO), em Goiânia, foi idealizado em parceria com as Universidades Federal de Goiás (UFG) e Estadual de Goiás (UEG).

No Estado, de acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SUS), foram registradas 1.862 mortes em decorrência de sinistros de trânsito em 2022. O número de óbitos absoluto por lesões de trânsito se manteve constante no período de 2010 à 2022, totalizando 22.677 óbitos, com média de 1.744 registros por ano. A maior proporção foi no sexo masculino (80%) e entre a faixa etária de 20 a 49 anos. Os sinistros de trânsito trazem grande impacto ao poder público, com a necessidade de acompanhamento médico pelo SUS – apenas no ano passado foram mais de R$ 70 milhões gastos com acidentes em Goiás.

“O cuidado não é feito só no momento do acidente. Muitos precisam de reabilitação por anos. (…) Nós trabalhamos muito em vigilância de saúde com análise de fatores que são determinantes ou condicionantes do processo de doença. E quando a gente fala em agravo à saúde, o acidente, com certeza, faz parte do nosso rol de áreas a serem trabalhadas enquanto saúde”, explicou a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim.

Vida no Trânsito
Uma das medidas adotadas no Estado para reduzir os incidentes relacionados à mobilidade urbana e que foi apresentado no evento é o Programa Vida no Trânsito, do Ministério da Saúde. O principal objetivo é incentivar intervenções efetivas, com foco na prevenção, para redução das mortes e feridos graves, segurança das vias e dos veículos, comportamento dos usuários e também dos serviços de emergência.

O programa foi inicialmente implantado em Goiânia e hoje está em fase de expansão, já abrangendo outros 11 municípios goianos que conseguem aporte financeiro para subsidiar as ações por meio do Projeto de Cofinanciamento das Ações de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás.

“Selecionamos 11 municípios prioritários e, por adesão, oferecemos um cofinanciamento estadual para que eles montassem a mesma estrutura que a gente tinha na capital para trabalhar a prevenção de acidentes e diminuição da morbimortalidade por acidentes de transporte”, citou Flúvia.

“Eu falo que, enquanto Saúde, esse é o nosso objetivo, a nossa meta, e a gente espera alcançá-la, porque a gente está falando de mortes evitáveis. Eu espero que, a cada ano, a gente traga melhores experiências exitosas, porque esses resultados não são bons apenas pra nós enquanto gestores públicos, mas são bons principalmente para a população”, completou.

Troca de experiências
Durante o evento, foi realizada ainda a 7ª Mostra Acadêmica de Engenharia de Transportes, da UFG, com o tema Cidade Viva. A iniciativa teve como objetivo apresentar estudos desenvolvidos em atividades produzidas por discentes, conhecer novas práticas e avanços do setor, compreender os desafios do mercado e ainda proporcionar uma melhor comunicação entre os profissionais da área e estudantes.

Além da equipe da SES-GO, UFG e UEG, estiveram presentes a diretora de Doenças e Agravos não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Letícia Cardoso; o subsecretário de Políticas pra Cidades e Transporte de Goiás, Miguel Ângelo Pricinote; o superintendente de Infraestrutura da SES-GO, Maurício Ertner; o presidente do Crea-GO, Lamartine Moreira Júnior; o secretário de Mobilidade se Goiânia, Marcelo Torrubia; o presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, Tarcísio Abreu.

Também participaram do evento o chefe do núcleo de Segurança Viária da PRF-GO, Artur Oliveira da Rocha; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UEG, Claudio Stacheira; o coordenador do curso de Engenharia de Transporte da UFG, Roni Aliaga Medrano; o gerente de Educação do Trânsito do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), Hugo Leonardo Costa Silva; a presidenge do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran GO), Nayara Coimbra; o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás, Fernando Chapadeiro; o coordenador do Núcleo de Segurança Viária de Fortaleza; a representante da Fundação Oswaldo Cruz, Juliana Vilardi; entre outras autoridades.

Aline Rodrigues (texto) e Iron Braz (foto)/Comunicação Setorial