Encontro discute causas e fatores de risco de óbitos maternos e infantis em Goiás

Monitoramento permite estratégias para redução da mortalidade materna, que em 2021 teve a Covid-19 como causa de 55,8% das causas em Goiás. Hemorragia, hipertensão e infecção seguem tendência de anos anteriores à pandemia

Seminário da SES-GO reúne profissionais de saúde de diversas áreas e regiões do Estado

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES/GO) realizou, na segunda-feira (15/05), o Seminário Estadual da Vigilância do Óbito Materno e Infantil em Goiás, no auditório da Escola de Saúde de Goiás. O encontro contou com a participação de profissionais de saúde de diversas áreas e regiões do Estado, gestores, pesquisadores e representantes da sociedade civil. 

A gerente de Vigilância Epidemiológica de Agravos Não Transmissíveis e Promoção à Saúde, Magna de Carvalho, avalia que o monitoramento é essencial para as políticas públicas em saúde. “Com base nos resultados, que são fruto de muito trabalho e colaboração de vários profissionais envolvidos, são desenvolvidas estratégias para prevenir e reduzir a mortalidade materna e infantil no Estado.”

Técnico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Juan Cortez apresentou uma análise epidemiológica da mortalidade materna e infantil no Brasil, com ênfase no impacto que a pandemia causou. A médica e técnica da Vigilância do Óbito da SES Leticia Aires trouxe dados de 2021, que mostraram a prevalência das mortes maternas por Covid-19 (55,8%), seguida das causas não-Covid (41,3%), como hemorragia, hipertensão, infecção e outras, que mantém a característica do período pré-pandemia. 

O médico Vinícius Torres, técnico do Comitê de Vigilância do Óbito Infantil, explica que o acompanhamento é feito em tempo real. E destacou a importância do pré-natal para a saúde das crianças. “A diabetes e a hipertensão materna são problemas muito sérios. O que a gente vê, ao trabalhar com óbito infantil, é que o pré-natal não é importante, ele é crucial para a saúde da criança”, reforça.

A vigilância do óbito materno e infantil é uma das principais estratégias para garantir a qualidade da assistência à saúde materno-infantil em Goiás. O objetivo é monitorar, notificar e investigar os óbitos maternos e infantis, a fim de identificar as causas e os fatores que contribuíram para a ocorrência dessas mortes. 

A Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás conta com um sistema de informação para registro dos casos de óbito materno e infantil que coleta dados por meio de formulários preenchidos pelos profissionais de saúde nos hospitais, maternidades, unidades básicas de saúde e outras instituições que prestam assistência à saúde materno-infantil no Estado. Assim, é possível realizar análises epidemiológicas para identificar as principais causas de óbito materno e infantil em Goiás, bem como os fatores de risco associados a essas mortes.

Painéis
Ainda durante o evento, Adriana Crispim, que é técnica da Vigilância do Óbito, falou sobre o aumento da orfandade Goiás decorrente da mortalidade materna em Goiás. Doutora em Epidemiologia da UFG, May Socorro Afonso, discorreu sobre sinais e sintomas descritos nos prontuários que podem identificar um óbito materno. 

As técnicas da Vigilância do Óbito Simone Resende e Rosimeire Costa falaram, respectivamente, sobre Critérios de Evitabilidade do Óbito Infantil e Projeto Cofinanciamento. Já a enfermeira da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Águas Lindas, Luiza Medeiros, fez um relato de experiência em vigilância do óbito.

Riva Kran (texto) e Marco Monteiro (foto)/Comunicação Setorial

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