Culto e abraço simbólico lembram 32 anos do acidente com césio

Evento da SES-GO destaca tragédia como exemplo para prevenir casos semelhantes e reúne vítimas, estudantes e membros de entidades civis

Um culto ecumênico e um abraço simbólico à Praça do Avião, no Setor Aeroporto, realizados na manhã desta sexta-feira, 13, compuseram as homenagens aos 32 anos do acidente com o césio 137. A tragédia, que alterou de forma significativa os rumos da história de Goiânia, teve início no dia 13 de setembro de 1988. Na celebração, gestores e religiosos ressaltaram que o acidente deve servir de exemplo para que não ocorram casos semelhantes.

A celebração religiosa reuniu profissionais da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), autoridades, vítimas do césio 137, representantes de entidades civis e estudantes do Colégio Estadual Colemar Natal e Silva. Ao ministrar a palavra, o pastor Rubens da Costa Monteiro, da 1ª Igreja Batista de Goiânia; e o padre Walmir Garcia, da Igreja Nossa Senhora da Guia, destacaram a dor causada pela tragédia e os ensinamentos que ela motivou. “É fundamental aprendermos com os erros e cultivar a esperança em dias melhores para as próximas gerações”, pontuou o pastor.

Poesia

Durante a cerimônia, a estudante Beatriz Cursino, do Colégio Estadual Colemar Natal e Silva, emocionou o público ao recitar uma poesia, de autoria própria, intitulada “O pó atraente”. Caracterizado como o maior acidente radiológico do mundo em área urbana, a tragédia com o césio 137 resultou na morte de quatro  pessoas, entre as quais a menina Leide das Neves Ferreira. Atualmente, o Centro de Assistência aos Radioacidentados (CARa)  presta atendimento a cerca de 1,3 mil indivíduos, atingidos direta ou indiretamente pelo elemento radioativo.

O CARa compõe a estrutura da Superintendência de Políticas Sobre Drogas e Condições Sociais Vulneráveis da SES-GO. Para a superintendente Candice Rezende, o aniversário do acidente radiológico é uma data que deve ser sempre lembrada. “Devemos tomar todas as precauções necessárias para que um acidente como este não ocorra jamais”, salientou. Ela ressaltou a importância de se cultivar a esperança e de mostrar para as novas gerações o conhecimento e os avanços alcançados, para prevenir outras tragédias desta natureza.

O episódio envolvendo o césio 137 resultou também em aprendizado para a dona de casa Lourdes das Neves Ferreira, de 66 anos, mãe da menina Leide das Neves, reconhecida como símbolo da tragédia. “No início, as pessoas falavam que nós, vítimas diretas, iríamos viver no máximo mais um ano. Já se passaram 32”, acentua. Ela destaca que estar na solenidade em lembrança ao acidente é “uma honra”.

Maria José Silva (texto) e Sebastião Nogueira (fotos), da Comunicação Setorial

 

 

 

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