Crer realiza capacitação SAE a profissionais da enfermagem

Com foco no fortalecimento do processo da enfermagem, unidade do Governo de Goiás promove atualização a seus profissionais

Uma das palestras sobre Sistematização da Assistência na Enfermagem ministradas a profissionais do Crer

Precisão, coesão, padronização, eficiência e humanização. Para o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo – Crer, essas são prerrogativas de todo o trabalho realizado por seus profissionais. Tendo em vista a nobre missão de ofertar assistência à pessoa com deficiência, nos dias 25, 26 e 27 de outubro, o hospital realizou uma capacitação sobre a Sistematização da Assistência na Enfermagem (SAE).  

Trata-se de uma metodologia que sustenta a gestão e o cuidado no Processo da Enfermagem (PE) e, ao todo, 94 profissionais terão a oportunidade de refletir critica e coletivamente a identidade profissional da enfermagem na unidade do Governo de Goiás.

A supervisora de Enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Crer, Juliana Caldas, explica que, a partir da SAE, o profissional da enfermagem consegue agir de acordo com a priorização, gestão do tempo e contextualização do ambiente cultural do exercício do cuidado a ser realizado. Por isso, a capacitação abrange enfermeiros, residentes e estagiários em enfermagem.

Juliana explica que a atribuição do enfermeiro em um hospital de reabilitação, por exemplo, requer o aprimoramento de habilidades específicas, como o domínio da literatura sobre doenças neuromusculares, contingência e tratamento de lesões por pressão, entre outras minúcias do cuidado de uma pessoa em reabilitação.

"A SAE é a nossa identidade profissional. Ela coloca o enfermeiro na condição de gestor do cuidado, com uma visão do processo gerencial, possibilitando a gestão de insumos, métodos e pessoas, análise das informações etc. A partir dessa sistematização criteriosa, o enfermeiro torna-se protagonista ao estabelecer um plano do cuidados", explica Juliana.

Essa sistematização é organizada em cinco etapas relacionadas, interdependentes e constantes: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação. A consolidação e aprimoramento de cada etapa reflete, como explica a gerente de enfermagem, Priscila Martins Pereira, em um cuidado sistemático, contínuo e dedicado a promover uma melhor experiência ao paciente.

"Essa sistematização da enfermagem possui extensa bibliografia que orienta como direcionar intervenções necessárias à prestação do cuidado ao paciente. Devemos enaltecer que a SAE é a ciência e a identidade da enfermagem, capaz de provocar uma revolução no cuidar, com melhores resultados para o paciente", defende Priscila.

Protagonismo no cuidado 
Considerada precursora da enfermagem, Florence Nightingale sempre defendeu que a enfermagem deveria ser submetida a uma forte organização disciplinar. A favor do seu argumento, consta nos registros da historiografia que, em 1854, ela teria conseguido reduzir a mortalidade entre os feridos na Guerra da Crimeia de 40% para 2%. 

No Brasil, essa metodologia foi implementada apenas na década de 1970, tornando sua implementação obrigatória pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) em toda instituição de saúde em 2002. Em 2009, o Cofen atualizou sua Resolução 358, estabelecendo a SAE como método organizacional para a execução do Processo de Enfermagem (PE).

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 50% da força de trabalho em saúde no mundo é exercida por enfermeiros, técnicos, auxiliares e obstetrizes. Dessa forma, é inegável o protagonismo que essas categorias assumem no sistema de saúde em escala global. Esse cenário evidencia a importância de se criarem mecanismos que fortaleçam os processos assistenciais e metodologias do cuidado baseadas em evidências científicas.

Sckarleth Martins (texto) e Mayara Varalho (texto)/Agir

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