Com “Organização de Procura de Órgãos”, Hugol tem aumento de 58% nas doações

Objetivo é descentralizar a atuação da Central de Transplantes no apoio às atividades relacionadas ao processo de doação de órgãos e tecidos  

Em 12 meses de funcionamento, as ações da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) levaram ao aumento de 58% das doações de órgãos na unidade. A OPO é responsável por organizar e apoiar as atividades relacionadas ao processo de doação de órgãos e tecidos e ainda busca construir parcerias e capacitar profissionais da saúde. Está prevista para este ano a implantação de mais duas OPOs em Goiás, no Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) e no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana).

“Neste primeiro ano focamos as ações no Hugol, hospital-sede, para fortalecermos o processo de identificação do potencial doador e das doações. O resultado foi surpreendente, pois conseguimos um aumento das doações efetivas, fazendo do hospital uma referência no processo de doação de órgãos. Isso foi possível graças ao fortalecimento das ações e integração da equipe da OPO com os profissionais do Hugol que realizam um atendimento de excelência, com foco no acolhimento e esclarecimento de todas as etapas do processo familiar’’, explica Katiuscia Freitas, coordenadora da OPO-Hugol.

A OPO do Hugol abrange uma região de cerca de 2 milhões de habitantes no Estado. Em seu primeiro ano de atividade, a OPO consolidou a unidade como maior captador de órgãos do Estado, com aumento significativo das doações. Em 2017 houve a realização de 26 captações e no último ano esse número subiu para 41.

O vendedor Thiago Felipe foi uma das pessoas conscientizadas pelos profissionais da OPO. O seu pai, Elídio de Souza, faleceu no Hugol há 4 meses devido a um AVC. Após a confirmação da morte encefálica, ele e seus familiares foram abordados pela equipe da OPO. “A conversa mexeu muito com a gente e percebemos a importância de autorizarmos a doação. Visualizei meu pai dizendo sim. Ele era um homem bom, e sempre nos ensinou e ajudar o próximo”, comentou.

Thiago disse ainda que foi muito emocionante ver a movimentação para captar os órgãos. “Quando percebemos a correria, o helicóptero chegando para buscar o órgão, ficamos muito emocionados. Parte dele está vivo em alguém e isso tem um significado muito grande”, ressaltou. Segundo a OPO do Hugol, foram doados o coração, rins e córneas.

Recorde de doações

Nos últimos cinco anos, Goiás registrou um aumento de 206% nas doações de órgãos. Segundo Fernando Castro, gerente da Central de Transplantes do Estado, em 2018 houve recorde de doações efetivas no Estado, e as OPOs vão contribuir para ampliar esse número. “Tivemos 89 doações no ano passado, contra 71 de 2017. Com a consolidação das OPOs há uma descentralização das atividades da Central Estadual de Transplantes e um fortalecimento da gestão intra-hospitalar de doação. A partir do momento em que se disponibiliza uma referência mais próxima, a dinâmica de conscientização da população, capacitação profissional e acolhimento ao paciente e sua família, as doações tendem a melhorar”, enfatiza.

A criação das OPOs está prevista em portaria do Ministério da Saúde. Na prática, o objetivo é exercer atividades de identificação, manutenção e captação de potenciais doadores para fins de transplantes de órgãos e tecidos no âmbito de sua atuação. O profissional realiza avaliação das condições clínicas do possível doador, da viabilidade dos órgãos a serem captados e faz entrevista para solicitar o consentimento familiar da doação dos órgãos e tecidos.

Esse profissional também tem a responsabilidade de divulgar a política de transplantes, de modo a conscientizar progressivamente a comunidade sobre sua importância, e tem interação permanente com as áreas potenciais de doação e equipes de transplantes. Trabalha sempre em parceria com as comissões Intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos (CIHDOTTs).

Thiago Lagares, da Comunicação Setorial

Foto: Divulgação Hugol

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