Banco de Leite Humano do HMI reflete solidariedade da mãe goiana

Coordenadora também da Rede Goiana de Bancos de Leite Humano, Renata Leles alerta, porém, que número médio de doadoras cadastradas, que já chegou a 80, agora é de 50 mulheres

A estudante N.M.J., de 16 anos, que teve seu bebê no sábado, 10 de agosto, é agradecida às mães que compartilham o leite excedente com outras, por meio do Banco de Leite Humano do Hospital Materno-Infantil (BLH/HMI), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES). É com esse alimento – aplicado quase a conta-gotas, a depender do caso – que seu filho, M., ganha forças e a batalha pela vida. A exemplo do bebê de N., uma média diária de 20 crianças prematuras têm acesso garantido ao leite materno no HMI, ainda que suas mães não consigam oferecê-lo a seus filhos. Felizmente, a unidade conta com uma margem de segurança no estoque, hoje na faixa de 150 litros. “O povo goiano é muito solidário”, confirma Renata Machado Leles, coordenadora do BLH.

Esse volume tende a crescer em épocas como a semana do Dia Mundial de Doação do Leite Materno, 19 de maio, e neste Agosto Dourado, mês dedicado ao incentivo à amamentação, que já tem dado resultado. “A divulgação na imprensa ajuda muito”, destaca Renata. Em épocas com essa, a tendência é também aumentar o número de mães doadoras cadastradas, que hoje oscila na faixa de 50 mulheres – houve época em que eram 80 (veja como se tornar uma doadora, no final desta matéria).

A manutenção do estoque em níveis seguros é importante, segundo Renata, devido ao alto consumo diário, que chega a uma média de 5 litros por dia. Com um detalhe: o bebê prematuro, inicialmente, começa a ser amamentado com 1 ml por vez. Mais que alimentação, é um verdadeiro tratamento médico. “Além de nutrientes, o leite materno contém vitaminas e anticorpos, é uma verdadeira vacina”, explica a coordenadora.

O leite, após retirado e pasteurizado, é a terapia mais imediata. Também imprescindível, de acordo com Renata, é a presença da mãe na UTI. “É muito importante, para criar o vínculo com o bebê e estimular a produção do próprio leite, através de extrações manuais e mecânicas”, aconselha Renata, que é farmacêutica e bioquímica.

Parto tranquilo

A dona de casa Renata Ferreira Rodrigues teve a sorte de passar por um parto tranquilo, no tempo certo, no HMI, onde também amamentava a pequena Laís. Renata diz ter a consciência – e a satisfação – de que está ajudando outras mães a alimentarem seus filhos, pois o leite excedente que ela produz é retirado e preparado no BLH. “É importante, pois ajuda outras crianças”, afirma.

Quatro dias após dar à luz ao pequeno Miguel em uma maternidade particular, a representante comercial Odília Gonçalves da Fonseca virou doadora no BLH por acaso. Quando levou o bebê ao HMI, com suspeita de icterícia, acabou encontrando uma solução para outro problema dela e da criança. “Meus seios estão empedrando e ele (Miguel) não consegue mamar”, revela.

“Me informaram sobre a doação, e fico feliz por ajudar outras mães, porque eu sei como é ruim ver um filho com fome e não poder amamentar”, conta. Se depender dela, Miguel e outras crianças terão leite materno ainda por um bom tempo. “Quero continuar amamentando. A suspeita de icterícia não vingou e Miguel está muito bem. E de barriguinha sempre cheia”, conta.

Seja doadora e ajude a alimentar bebês prematuros

– Procure um banco de leite (no HMI, o atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8 às 17, por horário de chegada)

– Mãe deve estar amamentando de forma integral, com excesso de leite, em bom estado de saúde (da mesma forma o bebê)

– Não seja: fumante, usuária de drogas e de bebiba alcoólica

– Leve exames de doença infectocontagiosa realizados no pré-natal. Caso não disponha ou a mãe já esteja amamentando há mais de três meses –, o HMI providencia os exames.

– Atendendo a esses critérios, é feito um cadastro completo (com endereço da doadora), para que uma equipe do Corpo de Bombeiros, em parceria com o BLH, busque o leite em casa uma vez por semana.

BANCOS E POSTOS DE COLETA DE LEITE EM GOIÁS

Banco de Leite Humano do Hospital Materno-Infantil de Goiânia

Av. R-7 esq. com Av. Perimetral, s/n, Setor Oeste/Coimbra – Goiânia

Telefone: 62-3956-2921

Banco de Leite Humano Elaine Miriam de Oliveira.

Hospital Municipal Jamel Cecílio, em Anápolis, em 1987.

Avenida Cachoeira Dourada. Praça Martins, Bairro São Joaquim, Anápolis-GO

Telefone: 62-3902-2496 –

Banco de Leite Humano de Planaltina-GO

Bairro Setor Oeste – Planaltina-GO

Telefone: (61) 2017-1369

Banco de Leite Humano da Maternidade Nascer Cidadão (posto de coleta de leite humano ordenhado do Hospital e Maternidade Dona Íris)

Avenida Oriente s/n, Setor Jardim Curitiba 3 – Goiânia-GO

Telefone: 3298-1214

Banco de Leite Humano Dona Edna Cupertino (na Santa Casa de Misericórdia de Anápolis)

Rua Visconde de Taunay, 134, Bairro Jundiaí, Anápolis-GO

Telefone: 3311-9933

José Carlos Araújo (texto) e Erus Jhenner (fotos), da Comunicação Setorial (colaborou Marilane Correntino, do IGH)

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