Arte terapêutica do núcleo feminino entra em cena no núcleo masculino do Cresm

Pacientes dos núcleos B e C e profissionais se envolvem em apresentação da peça ‘Perguntas e Respostas?’, promovida por grupo multiprofissional da unidade do Governo de Goiás

Um dos momentos da peça realizada pelo Grupo Terapêutico Vidas in Cenas

Os pacientes dos núcleos masculinos B e C do Complexo de Referência Estadual em Saúde Mental Prof. Jamil Issy (Cresm) e os profissionais da unidade do Governo de Goiás, prestigiaram a apresentação da peça Perguntas e Respostas?, promovida pelo Grupo Terapêutico Multiprofissional Vidas in Cenas (Arteterapia + Terapia Ocupacional), composto pelas pacientes do núcleo feminino D.

A apresentação foi inspiradora e transformadora, abordando questões profundas e reflexivas sobre o tratamento e a vida das participantes. A iniciativa surgiu da necessidade de fortalecer o protagonismo das pacientes em seu processo terapêutico, utilizando a arte cênica como um poderoso meio de expressão e autoconhecimento.

O grupo Vidas in Cenas foi criado com o objetivo de oferecer uma abordagem terapêutica que não apenas auxilia as pacientes a compreenderem melhor seu papel no tratamento, mas também a ressignificarem suas experiências de vida.

Por meio da expressão corporal e do teatro, as participantes puderam explorar e desenvolver habilidades multidimensionais, promovendo qualidade de vida, autocuidado e criando um espaço de reflexão sobre valores pessoais. Nesse contexto, a arte torna-se uma ferramenta vital para o desenvolvimento de novas formas de pensar e agir diante dos desafios cotidianos.

Dinâmica
A peça Perguntas e Respostas? foi construída a partir de uma dinâmica em que as pacientes foram convidadas a formular perguntas amplas, cujas respostas foram exploradas em rodas de conversa terapêuticas. O impacto dessas conversas foi tão significativo que a arteterapeuta Graziella Rebouças e terapeuta ocupacional Gustavo Heitor Terciotti Nicolini decidiram transformar o conteúdo em obra teatral.

Com o uso de técnicas que incentivam a espontaneidade, criatividade e autoexpressão, o grupo conseguiu não apenas refletir sobre questões internas, mas também promover uma verdadeira transformação, tanto no palco quanto na vida das participantes. A primeira apresentação da peça foi realizada na sexta-feira (9/8), em uma sessão especial para as pacientes e colaboradores do núcleo feminino.

Na peça, Magda Ferreira interpretou Bezerra, de 59 anos, advogada, esposa, mãe e avó. Magda, que está na unidade há 57 dias, para tratamento de reabilitação química e depressão, é natural de Barretos-SP, residente em Aparecida de Goiânia há 25 anos, e compartilhou sua experiência.

“O tratamento no Cresm tem sido um período de autoconhecimento e cura para mim. Produzir uma peça teatral e atuar foram experiências não apenas inéditas, mas extremamente enriquecedoras.” Seu depoimento reforça o impacto positivo que a arte cênica pode ter na vida das pacientes, permitindo-lhes explorar novas facetas de si mesmas e encontrar força em suas jornadas de recuperação.

Crispiano Filho (texto e foto)/Abevida

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