Saúde alerta: Água tratada evita doenças

Secretaria de Estado da Saúde de Goiás destaca importância do consumo de água tratada e a ampliação do saneamento básico

Em Goiás, 240 municípios já possuem água tratada que é fiscalizada pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Gerência de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador (GVAST). O Programa Estadual de Vigilância da Qualidade Água para Consumo Humano (Vigiagua) monitora a qualidade da água oferecida em todo o Estado, seguindo orientações da Portaria de Potabilidade e pela Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância da Qualidade da Água para o Consumo Humano.

A coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental da SES-GO, Lorena Nunes, avalia que o monitoramento da qualidade da água influencia diretamente na saúde das pessoas. “Nosso trabalho de vigilância é importante para que a saúde das pessoas sejam preservadas”, acredita. Nos centros urbanos, o tratamento da água para consumo humano é uma prática rotineira, no entanto, ainda existem cidades que continuam com práticas antigas de consumo da água, sem o devido tratamento.

“ Um dos principais problemas que comprometem a qualidade da água é a descarga, sem nenhum tratamento, de esgoto domiciliar em rios e represas que abastecem as cidades e irrigam as plantações”, afirma. Segundo o Ministério das Cidades, cerca de 60 milhões de brasileiros não são atendidos pela rede de coleta de esgoto e aproximadamente 15 milhões de pessoas não têm acesso à agua encanada. “Sabemos que apenas 25% do esgoto coletado é tratado, e o restante é despejado sem nenhum tratamento nos rios e no mar”, pontua.

As ações desenvolvidas pela GVAST buscam promover a saúde da população e prevenir agravos e doenças de transmissão hídrica, realizando inspeções, análises das amostras, monitoramento e inserção de dados no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), avaliação dos dados epidemiológicos de doenças de transmissão hídrica, entre outras. “Observamos que a má qualidade da água pode causar doenças”, alerta Lorena.

Os males da água contaminada

A coordenadora Estadual das Doenças Negligenciadas, da Gerência de Vigilância Epidemiológica da SES, Eunice Pereira de Salles, diz que, de janeiro a setembro de 2019, foram registrados 128 mil casos de Doença Diarreica Aguda (DDA) em Goiás. Os números foram registrados no Sistema de Vigilância Epidemiológica de Doenças Diarreicas Agudas (SIVEP-DDA). “A diarreia é um dos principais sintomas atribuídos à ingestão de água e alimentos contaminados, além de anorexia, vômitos, náuseas e até febre”, esclarece.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DDA constitui a segunda principal causa de morte em crianças menores de cinco anos. O mal tem relação direta com as precárias condições de vida e saúde dos indivíduos, em consequência da falta de saneamento básico, desnutrição crônica, entre outros fatores, como a ingestão de alimentos contaminados que levam às Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA).

As DTHA podem ser causadas por toxinas, bactérias, vírus, parasitas e substâncias tóxicas, podendo acometer todas as faixas etária, no entanto ressalta-se sua importância no grupo etário de menores de cinco anos, nos imunodeprimidos e idosos. Eunice Salles relata que, de janeiro a setembro de 2019, já foram notificados 233 casos de Toxoplasmose; 89 casos de Rotavírus; seis casos de Hepatite A; 28 surtos de diarreia; e um caso suspeito de Febre Tifoide. “São casos que podem ter origem de água ou alimento contaminado. É importante ficar atento ao que consumimos”, destaca.

A falta de saneamento também pode causar hepatites, ascaridíase, tracoma, esquistossomose e várias outras doenças, que podem ser evitadas com o aumento da cobertura e a qualidade dos serviços de saneamento.

Cuidados

Alguns cuidados básicos podem colaborar para minimizar os riscos da água contaminada, como: ferver e filtrar a água, manter os reservatórios limpos, armazenar a água em recipientes limpos, entrar em contato com a empresa responsável pela distribuição de água e/ou Secretaria Municipal de Saúde caso observe alguma alteração na água da torneira, como cheiro e/ou coloração diferente do habitual.

Felipe Cordeiro, da Comunicação Setorial

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