Afastadas pela pandemia, voluntárias presenteiam colaboradores do Hugo

Elas fazem trabalho assistencial aos pacientes, acompanhantes, visitantes e trabalhadores do hospital há anos

O olho marejado de quem está há 15 anos no serviço voluntário representa a emoção de voltar ao Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade que integra a rede de saúde do Governo de Goiás. Soraia do Sena Pinto Barbosa nunca pensou em ficar tanto tempo afastada de uma atividade que tanto gosta, mas a pandemia provocada pelo coronavírus chegou para mudar hábitos. Ela é uma dos voluntárias que dão assistência psicológica e emocional aos pacientes, visitantes, familiares e aos colaboradores.

Soraia conhece todos os cantos do hospital, como a palma da mão, mas desta vez a visita realizada na quarta-feira, 16, foi apenas na área externa, porque ainda não é possível o acesso. “Estar afastada é péssimo, eu não encontraria adjetivo diferente para qualificar. Nós estamos acostumados a dar todo o amor que sentimos para aqueles que estão precisando e faz parte do nosso dia a dia o convívio com a unidade. Com esperança, tudo isso vai passar, e poderemos retomar as atividades”, diz.

Quem também sente saudade do trabalho é Cleonice do Amaral Ferreira. Há cinco anos como voluntária, ela se sente valorizada em dar conforto a quem precisa de um apoio, um acolhimento. “O que alimenta a alma é uma palavra amiga, é você ouvir o que o outro tem a contar, é ouvir aquela pessoa no momento de desespero, então, eu me sinto muito bem em fazer isso, e estou ansiosa pelo meu retorno, mas sei que será possível em breve”, conta.

As duas voluntárias elaboraram kits para a entrega aos colaboradores do Hugo que estão na linha de frente. Os embrulhos foram feitos na Igreja Presbiteriana Luz, no Jardim América, em Goiânia, e cada um trazia uma surpresa personalizada: são cartas escritas a próprio punho, com palavras de conforto, estímulo e confiança. “Hoje, quem precisa desse nosso apoio, além dos pacientes e de toda a sociedade que precisa do hospital, são eles, que estão aqui durante esse tempo todo, lutando contra um inimigo invisível. Hoje nós viemos aqui em nome dos colegas Dona Jary, a Dona Juracy, Dona Thaís e o Sr. Divino, que também são batalhadores aqui no voluntariado”, diz Soraia.

“É muito satisfatório quando nós, que estamos na linha de frente podemos receber um carinho como este. O trabalho desempenhado pelos voluntários é de suma importância, porque eles são parte de todo o atendimento humanizado e fazem com que o hospital cada vez mais seja feito por pessoas que cuidam de pessoas. O Hugo está em constante mudança de filosofia, para sempre humanizar e essas voluntárias que estão aqui há quase duas décadas, porque tem gente já 19 anos trabalhando, são pioneiras no atendimento humanizado”, esclarece a coordenadora multidisciplinar do Hugo, Letícia Vieira.

Jairo Menezes (texto e foto)/INTS

Governo na palma da mão

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