“Você pode ser um herói”, diz estudante ao doar sangue no Hemocentro

Um gesto de solidariedade espontâneo ou a necessidade de socorrer uma pessoa da família: sempre há um motivo importante para ser um doador de sangue

Você passaria a doar sangue, ou doaria com mais frequência, se soubesse que a chance de alguém precisar de uma transfusão é de uma para cada três pessoas? Quatro pessoas entrevistadas durante a captação no Hemocentro, em Goiânia, não sabiam desta estatística. Tiraram, no entanto, um tempinho nas agendas deles para ajudar a salvar vidas. Mas a consciência do resultado do ato, sim, todos afirmaram ter. “Não é sacrifício, seu sangue pode salvar uma vida e você pode ser um herói”, define Raphael Amorim da Costa, estudante de enfermagem, de 22 anos.

Ele doa sangue a cada dois meses, período mínimo exigido entre uma doação e outra, há cerca de dois anos. “Sei que é um gesto humanitário, mas como atuo na área da saúde, convivo com isso”, justifica Raphael, para dar um recado de quem também possui a visão técnica sobre o assunto. “Eu tenho consciência de que meu sangue vai salvar uma ou mais vidas”, destaca o jovem.

Yara Mônica de Carvalho, é doadora há anos e faz questão de descartar qualquer receio em relação à captação de sangue. “É muito tranquilo e muito rápido”, avalia Yara, que, mesmo morando longe do Hemocentro, aproveita o momento em que tem alguma pendência para resolver na região dos setores Coimbra e Campinas para fazer a boa ação. “Ninguém sofre por uma agulhadinha e a sensação de estar fazendo o bem é muito boa”, avalia. Seu gesto é também uma retribuição a quem já a ajudou no passado. “Tive familiar que já precisou de sangue e foi muito sofrido”, conta ao lembrar a angústia de precisar correr atrás de doadores.

Um dia, a gente pode precisar

A dona de casa Rúbia Aparecida Arquimínio de Moraes está vivenciando um drama que a levou, pela primeira vez, às poltronas do Hemocentro. A família e os amigos foram chamados para ajudar um sobrinho dela, de 15 anos, que estava em estado grave no hospital, vítima de um acidente de moto. “Hoje, vejo que doar sangue é uma responsabilidade de todo cidadão, de pensar no próximo, pois um dia a gente pode precisar”. Por força do destino, uniu a necessidade à vontade. “Sempre tinha vontade de doar, mas tenho dificuldade com o ambiente hospitalar, mas agora vi que não é problema. Se Deus quiser, vou continuar”, garante.

A estudante e vendedora Thialinne de Freitas Almeida também doou sangue pela primeira vez. Felizmente, para ela, a ida até o Hemocentro não foi motivo por necessidade de uma familiar ou amigo, mas uma decisão espontânea dela e de uma amiga, que não conseguiu se enquadrar nos requisitos de doador. “Foi um desejo de ajudar o próximo, pois é muito pouco para quem faz, mas vital para quem recebe”, entende a garota.

Raphael, Yara, Rúbia e Thialinne vão ajudar, com seu sangue, pelo menos 16 pessoas, portadores de doenças que precisam de transfusões, acidentados e pacientes em cirurgias. Você também pode ajudar. Basta ligar (62) 3201-4101, se informar mais detalhadamente e agenda a doação.

PERFIL DO DOADOR

– Pessoas em boas condições de saúde;

– Entre 16 e 69 anos, se a primeira doação tiver sido feita até 60 anos (menores de 18 anos precisam de autorização);

– Peso mínimo de 50 quilos;

– Quem dormiu pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;

– Pessoas alimentadas (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).

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