Nova superintendente fala sobre desafios da SEST-SUS para 2019


Dinâmica, objetiva e com um perfil extremamente técnico. Dra Luciana Vieira, a nova Superintendente de Educação em Saúde e Trabalho para o SUS, SEST-SUS, conversou com nossa equipe de Comunicação sobre os desafios e perspectivas da nova gestão.

Natural de Florianópolis (SC), ela é doutora em Ciências e Tecnologias em Saúde pela Universidade de Brasília (2016) com período sanduíche na University of Toronto – Canadá e mestre em Ciências Médicas pela Universidade de Brasília (2009).

Bacharel em fisioterapia pela Universidade Católica de Brasília (2002) foi militar da Força Aérea do Brasil durante 04 anos (2002-2006). Seu currículo conta ainda com duas especializações: uma em fisioterapia respiratória pela Universidade de Brasília (2004) e outra em Gestão de Emergências no SUS pelo Instituto Sírio-Libanês (2014).

Dra Luciana chega à SEST-SUS com uma bagagem de peso também na área de gestão: foi gerente de Modelagem de Processos da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal em 2017, e Diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) em 2018. Antes de assumir esta Diretoria, instituiu e coordenou o Programa de Residência em Fisioterapia do HBDF (2013-2015). Tem experiência na área de Ensino e Pesquisa, atuando principalmente nos temas relacionados à avaliação de Tecnologias em Saúde e avaliação muscular em pacientes críticos.

Durante a entrevista em seu gabinete, a superintendente falou sobre os desafios da gestão da SEST-SUS, fez uma avaliação sobre o trabalho que já é realizado e falou sobre as perspectivas de sua gestão. Leia abaixo a entrevista na íntegra:

Porque aceitou o convite para assumir a SEST-SUS?

Quando eu recebi o convite para assumir a SEST-SUS, a primeira coisa que fiz foi procurar informações no site para compreender o que era a SEST-SUS, a Escola (de Saúde Pública Cândido Santiago), o Centro de Excelência em Ensino, Pesquisas e Projetos Leide das Neves Ferreira, e qual era a razão de existir da escola. Aí eu descobri que a função da SEST-SUS se mistura muito com minha atuação profissional e com aquilo que eu acredito, que é o ensino e pesquisa qualificando a assistência. Na minha opinião, quando a gente produz uma pesquisa para gerar uma assistência de mais qualidade, essas coisas se misturam, se integram e qualificam o que a gente entrega pra nossa razão de existir , que é nosso paciente-usuário.

 

Qual a sua avaliação sobre o trabalho realizado aqui na SEST-SUS?

Eu tenho muito respeito ao trabalho que já foi feito aqui, então quando eu estudei, pesquisei e entendi o que já era feito aqui eu descobri que tem sido feito um trabalho de muita qualidade e de muita excelência. Eu não sou fã de terra arrasada. Eu não acredito que a gente chega e faz uma ruptura e desmerece tudo que foi feito. Muito pelo contrário. Minha intenção aqui é contribuir para que a SEST cresça ainda mais respeitando esse trabalho que foi feito, respeitando a história das pessoas que estão aqui, a dedicação, o comprometimento de todos esses servidores que fazem parte da SEST-SUS e que constroem esse movimento todo.

Como a sua experiência profissional pode contribuir para a SEST-SUS?

Trazer um pouquinho do que eu já aprendi, do que eu já estudei, da minha qualificação profissional. Eu me formei em 2002. Eu tive 10 anos de experiência em assistência e ensino e pesquisa. Desde 2013 eu trabalho com gestão. Primeiro com a estruturação do centro de pesquisa clínica no Hospital de Base do Distrito Federal; depois com a parte de modelagem de processos, gestão estratégia e planejamento em saúde. No último ano eu assumi o maior desafio profissional que foi a Diretoria de Ensino e Pesquisa do Instituto Hospital de Base. A gente teve uma mudança de modelo de gestão que nos deu mais autonomia tanto para contratação quanto para compras e captação de recursos. E o nosso desafio lá foi estruturar essa Diretoria para que a gente pudesse qualificar a assistência e apoiar a captação de recursos, ou seja, dar sustentabilidade ao processo.

Isso tudo faz com que eu possa contribuir um pouquinho para que a SEST-SUS cresça ainda mais, para que ela tenha mais autonomia orçamentária, financeira, administrativa. Buscar essa autonomia significa entregar produtos de mais qualidade, capacitar da melhor forma possível com metodologia ativa, com esses processos diferentes que a gente tem hoje de ensino-aprendizagem. Isso porque eu entendo que a SEST-SUS, a ESAP-GO e o Centro de Excelência em Ensino e Pesquisa têm uma responsabilidade grande com o Estado de Goiás, com os trabalhadores estaduais e com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Qual sua opinião sobre a construção do PEEPS e quais os são desafios daqui para frente?

Foi um trabalho belíssimo, intenso com uma proposta de planejamento ascendente, bottom-up (que é quando você constrói de baixo para cima mesmo). A equipe da SEST-SUS foi às regiões de saúde, entendeu as necessidades, fez um diagnóstico e a partir dessas oficinas produziu um Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde.  

O Plano está muito bem construído em termos de diagnóstico e em termos de diretrizes. Qual o nosso desafio hoje? Desdobrar essas diretrizes em ações para que efetivamente aquilo que foi identificado como as principais necessidades de cada uma das 18 regiões de Saúde de cada um dos 246 municípios possa ser atendido, possa ser respondido.

Os profissionais, as regiões e os municípios têm necessidades diferentes. Então eu preciso olhar para os indicadores de saúde e ver onde é preciso investir mais recursos, tempo e estrutura. Tudo isso para qualificar cada uma das regiões e dos municípios naquilo que eles de fato precisam.

Então a intenção da gente é fazer um trabalho muito próximo com a Secretaria de Estado da Saúde, com a SPAIS (Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde), com a SUVISA (Superintendência de Vigilância em Saúde), para que a gente entenda o que a assistência precisa e apoie na qualificação desses trabalhadores do SUS.

 

Vai ter mudança na estrutura administrativa da SEST-SUS?

Existe uma proposta de reestruturação administrativa em toda a Secretaria e nós vamos fazer esse olhar também aqui para a SEST-SUS, no sentido de dar mais autonomia, mais governabilidade para captar mais recursos. O Ensino e a Pesquisa são uma fonte importante de captação de recursos. Não existe nenhum impedimento para que o SUS capte recursos. Às vezes a gente acha que só pode ter financiamento direto do Estado. Mas a iniciativa privada também permite que a gente capte recursos. Então a gente tem esse desafio de captar mais recursos, de não depender só do financiamento do Estado para garantir a sustentabilidade da SEST-SUS, da Escola e do Centro de Pesquisa.

 

Como será o perfil da nova gestão?

O nosso secretário de saúde, Dr Ismael Alexandrino, repete muito uma frase: “um líder que não serve para servir não serve para ser líder”. Então a nossa função aqui é servir por meio do conhecimento que temos ao longo do tempo, das experiências prévias que a gente teve. A nossa intenção é apoiar para que todos os colaboradores da SEST-SUS possam desempenhar suas funções da melhor forma possível. Eu trabalho com muita autonomia, mas com muita responsabilização. A ideia é dar autonomia para que o servidor faça o que ele sabe fazer, pois ele é um técnico, ele tem experiência e sabe o que tem que ser feito. Mas ele também é responsável pelos resultados e pelas entregas. À luz do que a gente recebe de diretriz também da Secretaria de Saúde e do Ministério da Saúde, a função do líder é definir qual é rumo, é ser o farol para a equipe. Então a minha intenção é apoiar da melhor forma possível e ser o melhor farol possível para que essa equipe consiga construir o que a gente acredita que é a SEST-SUS.

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