Perfil de pacientes vítimas de violência atendidos no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) foi um dos temas da abertura do evento

Farmacêuticos, assistente social e nutricionistas do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) abriram o primeiro dia de apresentações dos trabalhos de conclusão de residência (TCR) dos Programas de Residência em Área Profissional da Saúde – a primeira apresentação foi feita pela farmacêutica Marcela Gonçalves de Jesus, sobre a integração e atuação do farmacêutico residente por meio de relatório experiência sob a ótica profissional. O evento recebe o formato de Semana Científica e está sendo realizado ao longo de toda semana no auditório da Superintendência de Educação em Saúde e Trabalho para o SUS (SEST-SUS).

A assistente social Patrícia Aparecida da Silva, por sua vez, defendeu o tema A vulnerabilidade social e violência: perfil de pacientes vítimas de violência atendido em um hospital de urgências. O estudo mostra que a maioria dos pacientes vítimas de violência atendidos em um hospital de urgências são adolescentes do sexo masculino, de 10 a 19 anos, negros e pardos, com escolaridade entre 5 e 9 anos e que moram em Goiânia.

Os dados foram coletados entre janeiro e dezembro de 2017 no Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do HUGO. Nesse período, 306 adolescentes com esse perfil deram entrada na unidade hospitalar vítimas de agressão física por amas de fogo. A maioria dos agressores eram pessoas desconhecidas.

Relatório da ONU

“Esse perfil também é apontado em outros estudos importantes sobre a violência, como o Relatório Mundial de Saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Mapa da Violência de Waiselfiz. No relatório de 2018 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) também foi apontado esse mesmo perfil de pacientes atendidos em hospital de urgências”, explica Patrícia, agora também especialista.

Com o sentimento de dever cumprido após a defesa de seu TCR, Patrícia explicou que escolheu o tema porque percebeu o grande número de entradas de adolescentes vítimas de violência no HUGO. “A residência é um processo enriquecedor e nos exige muito. Pensei em desistir várias vezes ao longo desses dois anos de especialização, mas ao apresentar meu TCR hoje, eu tive uma sensação de alívio, de que realmente valeu a pena”, conta a assistente social.

Semana Científica

As apresentações continuam até sexta-feira (8), das 7h30 às 18h. A defesa dos trabalhos será feita por 58 profissionais, divididos em dez categorias: assistentes sociais (3), biomédico (1), enfermeiros (14), farmacêuticos (5), fisioterapeutas (9), fonoaudiólogos (7), nutricionistas (6), odontólogos (2), psicólogos (9) e terapeutas ocupacionais (2).

Os futuros especialistas são residentes que ingressaram no ano de 2017 e, no caso dos odontólogos, no ano de 2016, nas seguintes unidades hospitalares: HUGO, HUGOL, HDT, HGG, HMI e CRER.

Gabriela Dutra, da Comunicação Setorial

Foto: Karim Alexandre

Legenda da foto:

A assistente social Patrícia Aparecida da Silva durante a defesa do seu TCR, no auditório da SEST