Vítimas de trânsito compartilham experiências no Hugol

Unidade hospital da SES promove encontro de jovens para que, juntos, encontrassem estratégias de enfrentamento diante da amputação de uma das pernas

O Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), promoveu um encontro para troca de experiências entre três pacientes com situações de vida muito parecidas: jovens, pais de família, que sofreram amputação de uma das pernas devido a um acidente de trânsito enquanto pilotavam motos.

Ericpyter Ferreira, 24 anos, chegou à emergência da unidade em janeiro de 2018 e passou dois meses internado. Hoje, já adaptado à nova rotina, aceitou o convite do hospital para compartilhar experiências com outros pacientes em situação semelhante à que passou. “No início temos muita dificuldade em aceitar a amputação, mas a equipe do hospital realmente nos acolhe. Quando recebi alta, acreditava que estava pronto para o mundo real, mas tive um choque de realidade com as dificuldades do dia a dia de uma pessoa amputada”, revela. “Você tem que ter muito foco e força de vontade para poder superar adversidades e, caso necessário, deve procurar ajuda profissional. Não abaixe a cabeça nunca, pois isso não é uma limitação, é, sim, um acaso da vida”, acrescentou.

O objetivo do encontro foi promover aos pacientes o compartilhar de suas experiências para que, juntos, encontrassem estratégias de enfrentamento diante da amputação. Além de Ericpyter, participaram os pacientes Matheus Sobrinho, 19, e Jonathan Barbosa, 21, que passaram pelo processo de amputação e ainda estavam em fase de recuperação.

Nota mil

“Antes de mais nada, gostaria de dizer que, de zero a dez, a nota que dou para o hospital é mil. Toda a equipe é muito atenciosa, amiga e sabe realmente trabalhar bem. Essa conversa que tivemos foi extremamente importante para mim, pois tinha muitas dúvidas de como seria minha vida fora do hospital, e o Ericpyter conseguiu exemplificar situações práticas do dia a dia pelas quais uma pessoa em nossa situação passa. A expectativa daqui pra frente é focar na minha recuperação, com o apoio da minha família e de Deus”, relatou Matheus.

De acordo com Érica Carvalho, psicóloga do hospital, falar em amputação ainda assusta hoje em dia, pois a sociedade possui muitos tabus que precisam ser quebrados. “Quando se trata do público jovem, é possível perceber maior dificuldade de aceitação das limitações e maior ansiedade para passar pela fase de adaptação. A amputação é uma situação em que podemos nos descobrir mais fortes do que pensamos e testar nosso poder de superação.”

José Ferreira Neto (texto e fotos), da Agir.

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