Profissionais que concluíram residência no HGG participam de solenidade de formatura

Evento para celebrar os 49 novos especialista lotou o Auditório dr. Luiz Rassi, também com familiares, preceptores e diretoria da unidade da SES-GO

O Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) realizou, na segunda-feira, 25, a solenidade de formatura de 49 profissionais de saúde que concluíram os Programas de Residência Médica e Multiprofissional na unidade. O evento foi realizado no Auditório dr. Luiz Rassi, no quinto andar, dedicado ao Ensino e a Pesquisa do hospital, e ficou lotado. Além dos formandos e familiares, compareceram à solenidade as gerências e diretorias do hospital, além do superintendente de Acesso aos Serviços Hospitalares e Ambulatoriais da SES-GO, Sandro Rogério Rodrigues Batista, que representou o secretário de Saúde Ismael Alexandrino.

A palestra de abertura foi proferida pela reumatologista Fábia Mara Gonçalves Prates de Oliveira, que está à frente da Comissão de Residência Médica (Coreme) do HGG. A médica reconheceu que o caminho percorrido pelos residentes não é fácil e os parabenizou por terem chegado ao fim da especialização. “É fato que cumprir todas as exigências de uma residência não é tarefa fácil. São 60 horas semanais que são exigidas, porém essas horas se transformam em 120, pela dedicação e todo o trabalho que é feito aqui dentro pelos residentes. São tantos desafios, e parece que não vamos aguentar, mas vocês conseguiram, e estamos aqui para cumprimentá-los. Vocês se tornaram profissionais agora especializados e capacitados para terem grandes conquistas e grandes feitos. Só quem passa pela luta sabe o valor de uma vitória”.

A psicóloga Telma Noleto, coordenadora da Residência Multiprofissional (Coremu), enalteceu a importância do cuidado e das relações constituídas no período de residência. “Temos a convicção de que a residência multiprofissional se consolidou através do empenho e comprometimento técnico, mas também pelas relações interpessoais. Sabemos que existiram dificuldades, não foram poucas, e agradecemos a todos que passaram por essa caminhada. Somos seres moldados pelo cuidado de outros seres e necessitamos desse cuidado durante nossa existência. Nós só percebemos a importância do cuidado quando adoecemos ou sofremos perdas. Parece que só no sofrimento é que o cuidado se faz necessário e isso é apequenar a nossa vida. É isso que nos faz pensar nesses dois anos que se findam”, declarou.

Desafio

Em discurso emocionado, a porta-voz da turma de médicos, Ana Gabriela Cardoso Ferraz, que se formou em Clínica Médica, abordou os desafios do caminho dos profissionais desde a escolha da graduação, após a conclusão do curso de medicina, e aqueles enfrentados na residência. “A caminhada começou há alguns anos e foram muitos degraus até aqui. Medicina não é apenas uma profissão, é uma escolha de vida. A faculdade não nos prepara para alguns dilemas: qual remédio prescrever quando a renda da família é um salário mínimo e o medicamento não é fornecido pelo SUS? O que fazer quando a família abandona o paciente no hospital ou confunde o hospital com hotel e posterga a alta para não assumir a responsabilidade do cuidado? Como explicar que a doença não tem cura e que restam poucos meses de vida?”, indagou.

Além disso, a médica fez uma analogia sobre residência e resiliência. “A prova de residência é um segundo vestibular. Há poucas vagas e a concorrência é enorme. Se a faculdade prepara bons técnicos, a residência prepara bons trabalhadores. Residência deveria se chamar resiliência. Ficamos mais tempo no hospital do que na nossa casa. Aprendemos muito com os pacientes e vemos como a medicina é gratificante. Tenho muito orgulho de ser residente do HGG. Resiliência é a capacidade de voltar à forma original após sofrer um choque. Na verdade, depois da residência não voltamos à nossa forma original. Passamos por uma grande transformação como profissionais e pessoas. Aos especialistas, que vocês consigam enxergar o ser humano por trás dos sintomas, respeitando seus desejos e sua dignidade”.

Representante dos formandos em residência multiprofissional, a fonoaudióloga Andrea Regina de Oliveira fez uma reflexão sobre as novas conquistas e ressaltou a importância da relação entre o profissional e o paciente. “Hoje é um dia de comemoração das nossas vitorias. A residência para nós foi um período de novas descobertas e aprendizado. Descobrimos o quanto somos capazes de vencer os grandes obstáculos da vida e aprendemos que somos mais que profissionais de saúde, somos humanos e percebemos o quão importante é a vida daquele que está em um leito de hospital e direciona a nós gestos de agradecimento através de um olhar, um sorriso. E dessa forma nos impulsiona a sermos melhores, provando que essa é a maior recompensa e reconhecimento”.

Preocupação primordial

O coordenador de Ensino e Pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), organização social responsável pela gestão do HGG, Marcelo Rabahi, agradeceu ao público presente, e ressaltou que a unidade é “100%”. “Meu cumprimento especial aos preceptores, que trabalham muito para que a residência do HGG atinja esse nível de excelência. Sejam todos bem-vindos a este hospital que é público, apesar de não parecer. Parabéns para os formandos. Para alguns, esta jornada começou há 11 anos. Fico orgulhoso por fazer parte dessa história, represento o Idtech e estamos na gestão há sete anos, e desde o inicio o Ensino e Pesquisa foi uma preocupação primordial. Hoje nós temos um hospital com nível 3 de acreditação, estamos prestes a ter uma acreditação internacional, e todos vocês fazem parte de processo. Sem a força de vocês, muito menos sem a resiliência de vocês, não conseguiríamos”.

Em nome do secretário Ismael Alexandrino, Sandro Rogério Rodrigues Batista parabenizou os formandos e elogiou a gestão da unidade. “Estamos em um hospital público, e a maioria das pessoas não conseguem imaginar que o HGG continua público, com toda essa excelência que se trabalha aqui. Temos um hospital de excelência com procedimentos que são realizados exclusivamente aqui, com atenção ao transplante hepático, lançado recentemente. Acho que o SUS hoje, por mais ataques que aconteçam a sua existência, aos vários problemas que existem, é uma grande escola, em que me formei e muitos colegas aqui também. Hoje temos 49 profissionais sendo entregues ao sistema de saúde. É muito gratificante escutar nas falas dos residentes a questão associada ao paciente e ao cuidado, pois um simples olhar toca o coração das pessoas”, declarou.

Pamella Cardoso (texto e fotos), do Idtech

 

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