Saiba quando procurar um infectologista

Nesta quinta-feira, 11 de abril, celebra-se especialidade médica que trata de grande número de doenças negligenciadas

Diferentemente da maioria das especialidades médicas, o profissional infectologista não é especializado em apenas uma parte do corpo, mas em todas que podem potencialmente desenvolver infecções. Assim, para as pessoas que sofrem de algum mal saberem o momento de procurar atendimento especializado em infectologia é uma tarefa muito mais difícil do que detectar a necessidade de buscar pelo atendimento de um oftalmologista, urologista ou até de um gastroenterologista, já que essas especialidades focam na assistência a um órgão ou região específica do corpo.

De acordo com a infectologista e diretora técnica do Hospital de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT), Marina Roriz, um dos sintomas de alerta para doenças infecciosas e que requerem o acompanhamento de um infectologista é a febre. “A temperatura elevada pode se manifestar em infecções mais simples, como uma gripe comum que se trata em casa, mas é também um sintoma de uma doença infecciosa mais grave, especialmente se aliada a um desconforto para respirar e frequência cardíaca aumentada. Outras características das doenças infecciosas é que a maioria delas é aguda e pode acometer mais de um sistema” afirma. Também é um indicativo para procurar por um infectologista quando se tratar de doenças que, em geral, podem ser prevenidas por vacina, como a febre amarela, poliomielite, influenza, caxumba, entre outras.

Mas, no geral, Marina afirma que os pacientes que mais procuram por atendimento ambulatorial são os portadores do vírus HIV, de hepatites e de Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no geral; pessoas que têm infecção urinária de repetição; que apresentam herpes zoster; que precisam de orientação em relação a vacinas, seja por viagens ou para se prevenir; e “aqueles que têm algum sintoma diferente, já fizeram vários exames, foram consultados por vários especialistas e não descobriram o que têm, aí nos procuram para que investiguemos”, conta. Porém, essa demora em procurar o profissional pode resultar em um avanço do quadro e ser prejudicial ao tratamento.

“Quando o paciente chega com muitas providências tomadas que não foram adequadas do ponto de vista infectológico, fica mais difícil para nós. Há casos em que chegam com uma bactéria multirresistente que poderia ter sido evitada desde o começo, às vezes chegam com uso de microbianos inadequados que levaram a uma piora do quadro”, conta. Por isso, é preciso que haja uma parceria entre os médicos “de forma a querer sempre o melhor para o paciente e não ficar disputando espaço. Não é uma questão de querer impor sua conduta para o outro profissional, mas trabalhar em prol do que é melhor para o paciente”, orienta.

Prioridade

Além do atendimento em consultório, os infectologistas atendem também a diversas doenças de urgência e emergência que requerem atendimento mais ágil. Entre elas, estão a assistência a vítimas de acidentes ofídicos e com animais peçonhentos, meningite, tuberculose, leishmaniose e dengue – nos casos em que os quadros se agravam e quando há fatores de risco. Todas essas doenças fazem parte do perfil de atendimento do HDT, que é gerido pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG) desde junho de 2012, e é o único hospital especialista em infectologia do país a contar com o selo de Acreditação Nível 2.

Outro ponto importante a destacar é que, independente do perfil de atendimento das unidades de saúde, todas elas precisam ter um serviço de controle de infecção hospitalar, uma vez que os pacientes internados são mais propensos a desenvolverem uma infecção grave por conta da imunidade baixa. “Essa equipe cuida desde a coleta de lixo até a higienização das mãos dos profissionais e do uso de microbianos, e o ideal é que tenha um infectologista que cuide desse setor ou ao menos preste consultoria”, explica.

 

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