Lacen contribui com pesquisa da Fiocruz sobre arbovírus

Profissionais serão capacitados para realizar sequenciamento genético de oito tipos de vírus, como dengue, zika, chikungunya, entre outros

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que trabalham em análises moleculares para a identificação de vírus chegaram nessa quarta-feira, 22 ao Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO), onde permanecem até esta sexta-feira, 24. Os cientistas trazem tecnologia de sequenciamento genético que cabe na palma da mão para mapear os arbovírus circulantes no Centro-Oeste do País, tais como dengue, zika e chikungunya.

Unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o Lacen cedeu o estacionamento para o laboratório móvel da Fiocruz, além de partilhar a bancada de seus laboratórios, amostras de vetores e de testes positivos e negativos de zika realizados em pacientes de Goiás. “Além da contribuição científica, estreitamos laços com a Fiocruz, unidade de referência nacional, para avaliarmos a possibilidade de, futuramente, termos capacidade de reproduzir análise deste tipo que eles estão realizando no projeto Zibra”, afirma o diretor-geral do Lacen, Vinicius Lemes da Silva.

O projeto Zibra 2: mapeamento genético do Zika e outros arbovírus no Brasil percorrerá cerca de 12 mil quilômetros do Centro-Oeste até o dia 27 de maio. Já passou pelo Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e, na próxima semana, chegará ao Distrito Federal. Os pesquisadores pretendem sequenciar cerca de 400 amostras que foram positivas para pelo menos um dos oito vírus transmitidos pelos mosquitos mais relevantes na região: dengue, zika, chikungunya, febre amarela, mayaro, oropouche, encefalite de São Luís e febre do oeste do Nilo.

Linhagem viral

Por meio do sequenciamento genético, os cientistas pretendem identificar a origem dos vírus, data provável de entrada em território brasileiro, rota e velocidade de expansão, linhagem viral e cálculo do risco de transmissibilidade. “Os resultados desse trabalho permitirão que tenhamos informações que poderão estabelecer mudanças na vigilância epidemiológica do País, e nosso Estado participará desse processo”, afirma Vinícius.

O pesquisador do Laboratório de Flavivírus do  Instituto Oswaldo Cruz e líder da pesquisa, Luiz Alcantara, apresentou os dados da pesquisa para os técnicos do Lacen e ressaltou que esse trabalho, que capacita os laboratórios centrais de alguns Estados, permite interação e aprimoramento de técnicas que diagnosticam os vírus mais relevantes do Centro-Oeste. “Estamos aqui para que os profissionais tenham acesso a essa pesquisa e possam tirar dúvidas sobre o diagnóstico de doenças comuns aqui em Goiás, como a dengue, zika e chikungunya”, esclarece.

A iniciativa tem financiamento do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) e da Secretaria de Vigilância e Saúde (SVS), ambos do Ministério da Saúde; da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Breve histórico

O projeto Zibra teve início em 2016, após a decretação da emergência sanitária provocada pelo vírus zika. Após atuarem nas Regiões Norte (Amazonas e Roraima), Nordeste (Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Bahia) e Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), além das atividades no Paraguai e em Angola, os cientistas já conseguiram realizar o sequenciamento completo de 180 genomas do vírus zika, 260 de febre amarela, 120 de chikungunya e 60 de dengue.

Patrícia Almeida e Felipe Cordeiro, com informações da assessoria da Fiocruz

Foto: Sabba Nogueira

 

 

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