Bebê de nove meses vítima de queda doa órgãos no Hugol

Quando fatalidades resultam na perda de um ente querido, delas nascem a chance de uma nova vida para as pessoas que aguardam na fila de espera de transplantes.

Um bebê de nove meses de idade, C.D.S.S.B., vítima de queda, paciente da Unidade de Terapia Intensiva pediátrica (UTI) do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), sofreu morte encefálica. Na última sexta-feira, 20, a família, em um ato de solidariedade, autorizou a doação dos órgãos do filho, possibilitando que outra criança vislumbre uma sobrevida. Um receptor do Rio Grande do Sul recebeu os rins do bebê.

O gerente da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) da Secretaria de Estado da Saúde, Luciano Leão, explica que “a maioria dos pacientes em fila de transplante são pessoas adultas, mas eventualmente, embora em uma quantidade menor, também precisamos de doações pediátricas, pois muitas crianças nascem com formações congênitas ou doenças genéticas e, se não forem transplantadas, acabam falecendo”.

O gerente alerta para a importância de a população se conscientizar de que as doações não ocorrem somente na fase adulta. “Pela legislação brasileira, a doação pode acontecer a partir dos sete dias de vida, que é quando temos condições de testar o funcionamento dos pares cranianos, nervos principais do sistema nervoso central. É muito bom quando uma criança pode recuperar a sua condição de vida graças a um transplante”, conclui Leão.

Referência na doação de órgãos

O Hugol tem se tornado referência na doação e captação de órgãos e tecidos na região Centro-Oeste do país, afirma o enfermeiro Ademir Mazzuco, coordenador técnico da Central de Transplantes de Goiás. Desde a inauguração do hospital, em julho de 2015, até abril deste ano já ocorreram 15 doações de órgãos e tecidos, que podem ter auxiliado até 55 pessoas, em histórias que misturam a dor da perda para uma família e a alegria do recomeço para outras.

Para o coordenador da Central de Transplantes, parte desses resultados se deve à atuação de conscientização promovida pela equipe do hospital junto aos familiares dos pacientes. “É importante destacar os méritos dos profissionais da unidade que têm contribuído para que os processos de doação ocorram. Esse compartilhamento se traduz em melhorias expressivas para a população que necessita de um transplante”, explica Ademir.

O diretor geral do Hugol, Hélio Ponciano, ressaltou o compromisso do hospital em salvar vidas por meio da parceria efetiva com a Central de Transplantes, que tem sido ampliada: “mesmo com equipamentos modernos, estrutura de grande porte e profissionais capacitados, alguns pacientes não conseguem se recuperar e fatalmente vão a óbito. É nessa hora que surge a segunda chance de salvar vidas: com a autorização das famílias dos pacientes desses casos irreversíveis, é possível captar órgãos e tecidos e transplantá-los em outras pessoas que esperam ansiosas por mais uma oportunidade de viver”.

Fonte: Hugol

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